O setor de bioenergia inicia 2025 com perspectivas promissoras, conforme apontado pelo mais recente boletim da UNICA, "Bioeletricidade em Números". A biomassa consolidou sua posição como uma das principais fontes de energia renovável no Brasil, contribuindo significativamente para a diversificação e sustentabilidade da matriz elétrica nacional.
Biomassa Representa 8,5% da Capacidade Instalada no Brasil
Atualmente, a biomassa ocupa a quarta posição na matriz elétrica brasileira, com uma capacidade instalada de 17.658 MW, o que equivale a 8,5% do total de 210.599 MW outorgados e em operação. A fonte fica atrás apenas das hidrelétricas, da energia eólica e do gás natural. Especificamente, a biomassa da cana-de-açúcar é a principal contribuinte, representando 71,9% da capacidade total da biomassa, com 12.697 MW instalados e 428 unidades em operação comercial.
Esse volume supera a capacidade da Usina de Belo Monte (11.233 MW) e destaca o papel estratégico da biomassa da cana, que, isoladamente, seria a quinta maior fonte da matriz elétrica do país.
Liderança do Estado de São Paulo
São Paulo se destaca como o líder absoluto em capacidade instalada pela fonte biomassa, com 7.028 MW, representando 39,8% do total nacional. O estado é seguido por Minas Gerais (2.188 MW), Mato Grosso do Sul (2.003 MW), Goiás (1.507 MW) e Paraná (1.266 MW). No que diz respeito à biomassa da cana, São Paulo também lidera, com 6.383 MW provenientes de 211 termelétricas, o equivalente a 50,3% da capacidade nacional da fonte.
Expansão da Capacidade em 2025
A UNICA prevê que 2025 será um ano de crescimento acima da média para a biomassa. Estima-se a adição de 793 MW à matriz elétrica, um aumento significativo em comparação aos 586 MW instalados em 2024. Esse número representa 8,1% da expansão prevista para todas as fontes de geração neste ano, que totalizarão 9.751 MW.
Desde 2005, a biomassa adicionou 14,2 mil MW à matriz elétrica brasileira, um montante superior à capacidade instalada da Usina de Itaipu (14 mil MW). A média anual de expansão no período é de 672 MW, um volume comparável à instalação de uma usina do porte de Ilha Solteira (SP) a cada cinco anos.
Desafios e Oportunidades
O recorde de expansão da biomassa ocorreu em 2010, com a instalação de 1.750 MW, representando quase 30% do crescimento da capacidade elétrica naquele ano. Em 2025, a expectativa é que as condições de negócios favoreçam a participação ainda maior da biomassa, tanto no mercado regulado quanto no mercado livre.
A bioeletricidade é uma fonte renovável com importantes externalidades positivas, como a descentralização, a complementariedade às fontes hídricas e a não intermitência. Além disso, sua capacidade de fornecer energia firme e sustentável torna a biomassa uma opção estratégica para o sistema elétrico nacional.
Em resumo, o setor de biomassa segue demonstrando seu potencial como uma solução renovável e eficiente para atender às demandas energéticas do Brasil, promovendo ao mesmo tempo o desenvolvimento sustentável e a segurança energética do país.