Centro-Sul registra queda na moagem e produção na primeira quinzena de dezembro, mas avança em etanol de milho

Na primeira quinzena de dezembro da safra 2024/2025, as unidades produtoras da região Centro-Sul processaram 8,83 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, uma queda expressiva de 54,30% em relação às 19,32 milhões de toneladas registradas no mesmo período da safra anterior. No acumulado desde o início da safra até 16 de dezembro, a moagem atingiu 611,85 milhões de toneladas, uma redução de 4,29% frente ao ciclo anterior (639,28 milhões de toneladas).

Operacionalidade e encerramento da safra

Durante os primeiros 15 dias de dezembro, 129 unidades produtoras estavam em operação na região Centro-Sul, sendo 111 unidades processando cana-de-açúcar, dez dedicadas à produção de etanol a partir do milho e oito usinas flex. Esse número representa uma queda em relação à safra 2023/2024, quando 185 unidades estavam ativas no mesmo período.

Até a primeira quinzena de dezembro, 69 unidades finalizaram a moagem, e o total desde o início da safra é de 206 unidades que encerraram as operações. No mesmo período da safra anterior, 82 usinas haviam encerrado as atividades. Para a segunda quinzena de dezembro, 39 unidades produtoras reportaram a intenção de concluir a safra.

Qualidade da matéria-prima

O índice de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) na primeira quinzena de dezembro foi de 115,92 kg por tonelada de cana-de-açúcar, queda de 2,25% em comparação aos 118,59 kg por tonelada registrados na safra 2023/2024. No acumulado da safra, o ATR alcançou 141,33 kg por tonelada, um aumento de 1,23% em relação ao ciclo anterior.

### Produção de açúcar e etanol

A produção de açúcar na primeira metade de dezembro totalizou 347,82 mil toneladas, uma redução significativa de 63,07% em comparação com as 941,73 mil toneladas produzidas no mesmo período da safra anterior. No acumulado da safra, a produção de açúcar chegou a 39,71 milhões de toneladas, 5,05% inferior às 41,82 milhões de toneladas do ciclo anterior.

A produção de etanol pelas unidades do Centro-Sul alcançou 764,53 milhões de litros na primeira quinzena de dezembro, sendo 498,56 milhões de litros de etanol hidratado (-28,18%) e 265,97 milhões de litros de etanol anidro (-24,30%). No acumulado da safra, a produção de etanol totalizou 31,93 bilhões de litros (+3,26%), com destaque para o etanol hidratado (20,34 bilhões de litros, +10,29%) e a queda no etanol anidro (11,59 bilhões de litros, -7,13%).

Avanço no etanol de milho

Do total produzido na primeira quinzena de dezembro, 50% do etanol foi obtido a partir do milho, totalizando 379,16 milhões de litros, um aumento expressivo de 34,89% em relação ao mesmo período do ciclo anterior (281,09 milhões de litros). No acumulado da safra, a produção de etanol de milho alcançou 5,63 bilhões de litros, um avanço de 30,01% em relação ao ciclo anterior.

Vendas de etanol

As vendas de etanol na primeira quinzena de dezembro totalizaram 1,38 bilhão de litros, uma queda de 4,15% em comparação ao mesmo período da safra anterior. No mercado interno, as vendas de etanol hidratado somaram 854,40 milhões de litros (-8,00%), enquanto as de etanol anidro atingiram 498,22 milhões de litros (+4,91%).

No acumulado da safra, as vendas de etanol pelas unidades do Centro-Sul totalizaram 25,22 bilhões de litros (+12,03%), com o etanol hidratado registrando 16,30 bilhões de litros (+21,77%) e o anidro alcançando 8,92 bilhões de litros (-2,27%).

Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da Unica, destacou que “a oferta de etanol foi sustentada pelo mix de produção mais alcooleiro, pelo avanço na produção de etanol de milho, pela redução nas exportações do biocombustível e pelo estoque de passagem superior ao patamar histórico no início do ciclo agrícola”.

Mercado de CBios

De acordo com dados da B3, até 23 de dezembro, foram emitidos 41,55 milhões de Créditos de Descarbonização (CBios) em 2024. A quantidade de CBios disponível para negociação totaliza 16,93 milhões de créditos.

“Os dados públicos apurados pela B3 e pela ANP evidenciam que a quantidade de CBios disponível para comercialização e os créditos já aposentados superam em mais de 5 milhões de títulos a meta prevista pelo programa para 31 de dezembro deste ano. Não existe, portanto, qualquer restrição de oferta de créditos de descarbonização no mercado nacional”, afirmou Rodrigues.

Fonte: Unica