Os agricultores brasileiros estão adiando a compra de insumos, como fertilizantes, diante da expectativa de preços mais baixos para nutrientes e maior valorização dos grãos. A informação foi destacada pela Argus, empresa especializada em relatórios e análises de preços para diversos mercados, incluindo petroquímicos, combustíveis e agricultura.
Entre os fertilizantes, a ureia é o produto com comercialização mais atrasada. De acordo com o indicador Argus, a ureia granulada foi cotada a $385 por tonelada (cfr Brasil) em 9 de janeiro de 2025, valor $43 acima do mesmo período em 2024.
Tradicionalmente, os agricultores brasileiros aceleram as compras de fertilizantes no quarto trimestre, garantindo o recebimento a tempo para a segunda safra de milho. Contudo, fatores como a volatilidade dos preços e atrasos no plantio da soja, causados por condições climáticas desfavoráveis, têm alterado esse padrão. Muitos produtores preferem postergar os negócios com insumos, esperando condições mais favoráveis.
Apesar do ritmo mais lento no mercado interno, o Brasil importou 8,3 milhões de toneladas de ureia em 2024, um recorde para o país e um aumento de 1 milhão de toneladas em relação ao ano anterior. Outros fertilizantes, como sulfato de amônio (SA) e cloreto de potássio (MOP), também registraram avanços nas compras internas.
A expectativa agora é de que as negociações ganhem fôlego nas próximas semanas, com a aproximação do período crítico de aplicação de insumos para a segunda safra. No entanto, o cenário ainda dependerá do comportamento dos preços globais e das condições climáticas que influenciam o planejamento agrícola.
Fonte: Argus.