A companhia reforça seu compromisso com equidade de gênero e planeja ampliar para 26% a presença de mulheres no quadro de colaboradores para a safra 2023/2024
O ano de 2020, apesar de ter sido difícil para muitos profissionais por conta da pandemia de Covid-19, foi especial para Mônica Bragança Mardegan, coordenadora de Suprimentos na Atvos, empresa de bioenergia. No momento em que estava prestes a realizar o sonho de ser mãe, recebeu uma grande notícia: uma promoção para o seu primeiro cargo de liderança na companhia.
"Depois de um ano difícil, em que o maior desafio foi trocar as reuniões presenciais pela nova rotina de home office, tive o melhor acontecimento da minha vida: a chegada do meu filho, Guilherme. Na época, tive receio pois estava familiarizada com histórias que enfatizavam um padrão que normalmente acontece no mundo corporativo, que dita que uma gravidez pode impactar negativamente a carreira de uma mulher. Mas, na Atvos foi diferente", relata Mônica.
A reação de Mônica não é novidade para as mulheres que são ou foram gestantes no mercado de trabalho. Essa tensão é justificável, já que, infelizmente, a maior parte ainda enfrenta dificuldades para se reposicionar no mercado ou para alcançar postos de liderança. De acordo com um estudo realizado pela Deloitte1 sobre a presença feminina em cargos de chefia, o Brasil ocupa apenas a 38ª posição entre os países pesquisados, com apenas 8,6% de mulheres ocupando posições mais altas nas empresas. Além disso, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua2, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que 8,5 milhões de mulheres perderam seus empregos no terceiro trimestre de 2020, período crítico causado pela pandemia.
"É inegável que a instabilidade do mercado de trabalho brasileiro foi significativa. Porém, eu tenho a sorte de trabalhar num lugar que busca mudar esses paradigmas. 2020, sem dúvida, foi o ano em que eu mais me senti valorizada e reconhecida em toda a minha carreira. É gratificante poder contar com uma empresa e com uma liderança que não só confiam no seu trabalho como não veem a gravidez como um impeditivo para assumir novos desafios e crescer profissionalmente", comemora Mônica, que se tornou um exemplo para as colaboradoras da Atvos.
Equidade de gênero no agro: soluções em evolução
Em linha com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5 da Organização das Nações Unidas (ONU), a Atvos vem trabalhando para ampliar iniciativas voltadas para equidade de gênero e geração de mais e novas oportunidades para mulheres. Atualmente, o público feminino responde por 15% do quadro de colaboradores da empresa, percentual acima dos 9,2% do setor, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Para a safra 2023/2024, a companhia pretende ampliar a participação feminina para 26%.
Além disso, recentemente a empresa fez um mapeamento interno para identificar 60 mulheres como potenciais para cargos de liderança. As colaboradoras vêm passando por treinamentos específicos e recebendo mentoria ao longo de 2021 para que em breve possam ocupar suas novas funções em posições estratégicas.
"Sabemos que, embora tenhamos uma porcentagem acima da média do setor, ainda não é um número satisfatório. Mas trabalhamos direcionados para abrir portas às mulheres, pois queremos que elas encontrem oportunidade e possibilidade de permanência e crescimento", explica Silvana Sacramento, diretora de Pessoas da Atvos, que aderiu, em 2019, aos Princípios do Empoderamento Feminino da ONU Mulheres. "Além de estimular o desenvolvimento de trabalhadoras como a Mônica, queremos também aumentar a presença de mulheres em funções majoritariamente executadas por homens. Elas estão assumindo posições de liderança e são referências para que outras mulheres busquem oportunidades no setor sucroenergético", finaliza.
1. 6ª edição do estudo global da Deloitte "Mulheres no conselho" ,
2. PNAD Contínua - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua de 2020, indicadores mensais produzidos pelo IBGE.