DATAGRO: Diferencial médio de preços de milho (R$/saca) entre Sorriso e Paranaguá atinge o menor patamar desde 2021

O diferencial segue abaixo do frete médio na região desde o final de 2023

DATAGRO: Diferencial médio de

Entre fevereiro e março de 2025, o diferencial médio de preços de milho (R$/saca) em Sorriso (MT) e o Porto de Paranaguá (PR) (preço em Paranaguá - preço em Sorriso) atingiu o menor patamar desde 2021, ano em que o país passou pelo mais profundo déficit do cereal registrado na série histórica, -6,4 mi de t.  


Usualmente, o diferencial de preços entre Sorriso (MT) e Paranaguá (R$/saca) permanece próximo ao frete entre as praças, refletindo a dinâmica de escoamento do grão brasileiro de segunda safra. Enquanto Sorriso é o principal município produtor de milho brasileiro, responsável por 2,4% do volume total colhido em 2023 (IBGE, Pesquisa de Produção Agrícola Municipal), o Porto de Paranaguá está entre as principais origens das exportações brasileiras do cereal. Assim, esse foi o padrão predominante entre o final de 2021 e 2023.  

No entanto, entre 2024 e os primeiros meses de 2025, foi observado um distanciamento entre o diferencial médio e as cotações de frete na região, com tendência de retração do diferencial - especialmente entre março e fevereiro de 2025. Este recuo é explicado pela forte procura doméstica por milho perante cenário de estoques baixos, o que tem elevado expressivamente as cotações inclusive de praças localizadas mais ao interior do país: a referência DATAGRO do preço do milho em Sorriso atingiu R$ 76,00/saca em 25 de março de 2025, nível próximo à sua máxima histórica do período, R$ 78,50/saca, ocorrida justamente em 2021. Mesmo que os preços do cereal nos portos também tenham experimentado valorizações, as altas internas foram percentualmente mais significativas, resultando em diferenciais mais apertados. Ademais, com os preços domésticos mais atrativos que a paridade de exportação de forma consistente ao longo de 2024 e 2025, os incentivos para vendas externas nos portos são limitados.  

Simultaneamente, o patamar elevado das tarifas de fretes médios é consequência do andamento da colheita de soja 2024/25 no Brasil, a maior já registrada, o que coloca pressão sobre o sistema de logística e escoamento de grãos nesta época, afastando-se do diferencial calculado para o milho.  

A expectativa DATAGRO é que os preços internos de milho, em especial na região Centro-Oeste, distantes da colheita de verão, sigam em patamar relativamente elevado até o ingresso do milho safrinha 2025, esperado apenas em junho, refletindo a consistência da demanda interna e mantendo o diferencial médio abaixo dos registros entre 2022 e 2024.

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