Após receber, em 2021, uma patente do European Patent Office, a Rio Pardo Proteína Vegetal inicia o ano com novas certificações. A empresa do setor de agronegócio, chancelada pela União Europeia como “inovadora”, agora garantiu exclusividade em seu processo produtivo de concentrado proteico de soja (SPC), utilizado na composição de rações, em mais quatro países: Brasil, Estados Unidos, Chile e Japão.
Em solo nacional, a patente foi obtida junto ao INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial); nos Estados Unidos, com o United States Patent; no Chile, foi concedida pelo INAPI (Instituto Nacional de Propiedad industrial); já no Japão, pelo JPO (Escritório de Patentes do Japão).
A Rio Pardo agora aguarda a ratificação da patente no Canadá. “Em um primeiro momento, essas patentes nos geram ainda mais credibilidade frente ao mercado. É um impacto comercial positivo. Uma coisa é a Rio Pardo falar que o produto é diferenciado; outra coisa, são os órgãos competentes ratificarem esta informação e validarem nossa diferença”, comenta Osvaldo Neves de Aguiar, diretor da empresa. “Em um segundo momento, isso nos traz proteção. Temos um forte plano de expansão para os próximos anos, e este respaldo nos principais mercados traz mais segurança para desenvolvermos nosso negócio em uma base sólida”, adiciona.
A principal diferença do procedimento da empresa é a unificação de etapas no processamento. “Nos processos tradicionais, em uma primeira etapa, separa-se o óleo do grão de soja; depois, faz-se um aquecimento para remover os solventes do processo. Em seguida, é preciso uma segunda etapa para tirar os carboidratos solúveis, onde estão os fatores antinutricionais da soja. Nesta extração, utiliza-se álcool e, para removê-lo, se aquece novamente o grão. Em nosso processo, isso tudo é feito de uma só vez. Tira-se o óleo e os carboidratos em uma única etapa e um único aquecimento”, explica Leandro Baruel, gerente de exportação da Rio Pardo.
Desta forma, a qualidade do produto aumenta consideravelmente, fator também considerado pelos órgãos competentes, que observaram não apenas a metodologia e a prática, mas também o produto final. “Quando reduzimos o número de aquecimentos dos grãos, diminuímos a possibilidade de ocorrer o que chamamos de ‘reação de Maillard’, que é a formação de um complexo da proteína com carboidrato e açúcares. Este complexo interfere na digestibilidade do produto”, comenta.
A Rio Pardo, assim, chega ao patamar de ter um dos melhores concentrados proteicos do mundo, com mais de 65% de solubilidade e 98% de digestibilidade. A média entre a concorrência é de 40% e 94%, respectivamente. O Brasil soma, hoje, 60% de todo o mercado global de produção do SPC.
Outras vantagens
Além de um produto melhor, o processo patenteado da Rio Pardo traz outras vantagens: o rendimento é melhor, é economicamente mais viável e, principalmente, traz muito mais sustentabilidade, pois reduz-se muito o consumo das energias térmica e elétrica. “No mercado de criação de animais, há uma pressão muito forte neste sentido. Da matéria-prima ao produto para os clientes, é preciso ser o mais sustentável possível”, completa Baruel.