Agronegócio assume frente de responsabilidade ambiental para construir caminhos mais sustentáveis

Por: Carla Hoffmann e Luciana Di Paula

Agronegócio assume frente de

Por: Carla Hoffmann e Luciana Di Paula

 O agronegócio desde seus primórdios é um dos pilares fundamentais para a economia global e, principalmente, para a segurança alimentar mundial. No entanto, os desafios ambientais e climáticos têm imposto pressões sem precedentes sobre o setor. No Brasil, por exemplo, os extremos climáticos como as enchentes no RS e a seca da região Norte, já resultaram em perdas estimadas de R$ 6,67 bilhões para o segmento.

Esses impactos, que incluem danos estruturais e prejuízos nas atividades agrícolas e pecuárias, devem continuar a crescer, refletindo a gravidade das condições ambientais atuais, afetando ciclos de cultivo, e, em muitos casos, devastando áreas produtivas. Essa realidade está colocando em risco a produção de alimentos e ameaçando agravar a fome em diversas regiões do planeta.

Como se já não bastasse o caso agravante, as mudanças climáticas também impactam na redução na disponibilidade de matérias-primas. Com a escassez de recursos naturais, não apenas a produção de alimentos é afetada, mas também há um impacto direto nos preços, tornando os produtos mais caros e inacessíveis para populações vulneráveis.

Diante desse cenário, o agro é muito criticado, mas é também um dos setores mais interessados em assumir as frentes de combate ao desperdício das cadeias produtivas e se aliar à sustentabilidade para uma nova economia. Por isso, há um movimento crescente dentro do setor que busca reverter esse quadro.

Empresas e organizações do agronegócio estão começando a perceber que a sustentabilidade não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para garantir a longevidade de seus negócios e a segurança alimentar mundial. Investimentos em inovação e tecnologia têm sido fundamentais para promover práticas agrícolas mais sustentáveis e eficientes.

Iniciativas como a adoção de técnicas de agricultura de precisão, o uso de biotecnologia para desenvolver culturas mais resistentes e adaptadas às mudanças climáticas, e o incentivo à agrofloresta são exemplos de como o setor tem se adaptado para reduzir seu impacto ambiental. Além disso, há um esforço significativo para combater o desmatamento e o desperdício de alimentos, duas das principais ameaças à sustentabilidade no agronegócio.

As organizações estão se engajando em práticas que visam a preservação de áreas florestais, a recuperação de solos degradados e a redução das emissões de gases de efeito estufa. O uso de tecnologias de monitoramento em tempo real e de inteligência artificial tem permitido uma gestão mais eficiente dos recursos naturais, otimizando o uso da água, energia e insumos agrícolas.

No Brasil já existem empresas, grandes operadores agrícolas, que há mais de uma década já tem práticas implementadas que mitigam os riscos ambientais e promovem agendas ESG. Além disso, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) possui um vasto acervo de pesquisa ambiental que comprova as iniciativas e melhorias significativas no setor.

Além das iniciativas empresariais, há também um aumento na colaboração entre diferentes atores do setor – desde produtores rurais até grandes corporações – para criar soluções conjuntas que possam ser escaladas em nível global. Programas de certificação e rastreabilidade têm sido implementados para garantir que os produtos agrícolas sigam padrões rigorosos de sustentabilidade, atendendo à demanda crescente dos consumidores por alimentos produzidos de maneira ética e responsável - e isso é uma realidade já em atividade com diversos produtores rurais brasileiros.

Por isso, é inegável que a inovação e a tecnologia serão os principais aliados nessa jornada, mas será necessário um esforço coletivo, envolvendo empresas, governos e sociedade, para garantir que a produção de alimentos continue a crescer de forma sustentável, sem comprometer o futuro das próximas gerações.

 

Carla Hoffmann, CEO da AWA, consultoria que fomenta negócios para empresas regenerativas, fundadora do Movimento Nova Economia

Luciana Di Paula, Gerente de Floresta da Algar Farming, empresa de agronegócio do Grupo Algar, apoiadora do Movimento Nova Economia.


Foto: Divulgaçõa

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