Por: Bruno Catta Preta
A agricultura é um dos principais pilares da economia brasileira, com um papel fundamental no nosso país. O setor agropecuário, no entanto, precisa constantemente inovar e se tornar mais sustentável para se manter competitivo. Recentemente, surgiu uma notícia promissora que pode revolucionar a maneira como os produtores rurais encaram a energia e o crescimento sustentável: a energia solar.
O Plano Safra 2023/2024, anunciado pelo Governo Federal, está pronto para impulsionar o setor agropecuário a patamares inéditos, prometendo injetar recursos substanciais. Não menos importante, essa injeção de recursos está prestes a abrir as portas para uma revolução energética nos campos, com destaque para a energia solar.
Os números são impressionantes: um montante total de R$ 441 bilhões será disponibilizado para o setor, representando um aumento de 27% em relação ao ano anterior. Desses recursos, R$ 364,22 bilhões serão destinados aos médios e grandes produtores por meio do Pronamp e programas similares, enquanto R$ 77,7 bilhões serão direcionados aos pequenos produtores enquadrados no Pronaf, um aumento notável de 34% em relação à safra anterior.
Os produtores rurais agora podem aproveitar linhas de financiamento oferecidas pelo BNDES, que cobrem até 100% do valor de aquisição e comercialização de sistemas de geração de energia solar. Além disso, aquecedores solares, veículos elétricos e máquinas de alta eficiência energética também são elegíveis. Com prazos favoráveis, incluindo carências de até 2 anos, o investimento em energia solar torna-se acessível a todos.
Além das opções de financiamento público, existem também linhas de crédito em bancos privados que podem servir como incentivo para a instalação de novos equipamentos ou aprimoramento de estruturas já existentes, com a vantagem de, em muitos casos, ser mais rápido na liberação do dinheiro, inclusive para projetos não elegíveis pelo Plano Safra e o BNDES.
Todo esse apoio está impulsionando o mercado de forma global. O Brasil já é um dos maiores importadores de painéis solares da China, demonstrando claramente que o mercado de energia solar está em ascensão. Além disso, segundo um relatório da IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável) e da ILO (Organização Internacional do Trabalho), o setor de energias renováveis gerou 13,7 milhões de empregos em 2022, um aumento significativo em relação a anos anteriores. A energia solar fotovoltaica foi o maior empregador no mundo em 2022, criando 4,9 milhões de postos de trabalho, incluindo 241 mil em áreas rurais no Brasil.
A pesquisa destaca que o Brasil gerou 1,4 milhão de novos empregos na indústria de energias renováveis em 2022, ficando atrás apenas da China (5,5 milhões) e superando os Estados Unidos (994 mil) e a Índia (988 mil).
O tamanho da energia solar no Brasil se traduz em números. São mais de 34 GW de potência instalada, representando uma fatia considerável de nossa matriz energética, de cerca de 15%, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Desde 2012 a fonte fotovoltaica já trouxe ao Brasil cerca de R$ 165,4 bilhões em novos investimentos, mais de R$ 46,9 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e gerou mais de 1 milhão de empregos acumulados. Com isso, também evitou a emissão de 42,4 milhões de toneladas de CO² na geração de eletricidade.
A energia solar já trouxe investimentos substanciais ao país, arrecadação significativa para os cofres públicos e uma quantidade expressiva de empregos. Tanto na geração distribuída quanto nas usinas solares de grande porte, essa tecnologia se mostra uma fonte confiável e sustentável.
O futuro da agricultura brasileira está se tornando cada vez mais verde e autossuficiente graças à energia solar. Os produtores rurais podem contar com o apoio do governo, linhas de financiamento acessíveis e uma indústria energética em crescimento para garantir um futuro mais sustentável para o setor.
À medida que o Brasil se consolida como um dos líderes na adoção da geração fotovoltaica, os benefícios se expandem para a economia, o meio ambiente e o bem-estar das futuras gerações. A energia solar está se transformando na força motriz do setor agropecuário brasileiro, impulsionando-o em direção a um futuro mais brilhante e sustentável.
Bruno Catta Preta é diretor de relações institucionais da Genyx Solar Power e coordenador regional da Absolar