Por: Evandro Ferronato
A cana-de-açúcar, uma das principais culturas agrícolas do Brasil, enfrenta ao longo do seu ciclo períodos de escassez de água, o que afeta seu crescimento e produtividade. A utilização de aminoácidos nessa cultura é uma estratégia agronômica fundamental para atenuar os efeitos negativos dos estresses. Sua utilização pode ocorrer durante o período pré-estresse e na recuperação da planta após o período de seca.
O estresse hídrico causa uma série de alterações fisiológicas e metabólicas nas plantas, resultando em danos celulares e redução da atividade fotossintética. Nesse contexto, os aminoácidos têm sido amplamente utilizados por seu potencial em mitigar os efeitos adversos do estresse hídrico na cana-de-açúcar.
Essas moléculas desempenham um papel crucial na proteção e recuperação das plantas durante e após períodos de estresse. Os aminoácidos atuam como reguladores de crescimento, precursores de hormônios vegetais e antioxidantes, ajudando a mitigar os prejuízos. Além disso, os eles exercem um papel fundamental na regulação do equilíbrio osmótico das células vegetais. Durante períodos de estresse hídrico, ocorre um desequilíbrio entre as concentrações de solutos dentro e fora das células, levando à desidratação e danos celulares
Outro aspecto importante é a capacidade dos aminoácidos de mitigar os danos oxidativos causados pelo estresse hídrico. Durante períodos de escassez de água, ocorre um aumento na produção de espécies reativas de oxigênio, que podem causar problemas nas estruturas celulares. Os aminoácidos atuam como antioxidantes, auxiliando na neutralização dessas espécies reativas e reduzindo o estresse oxidativo nas plantas.
Além dos benefícios diretos na atenuação dos efeitos do estresse hídrico, a aplicação de aminoácidos também tem sido associada a melhorias no crescimento e desenvolvimento da cana-de-açúcar. Estudos têm demonstrado que essas moléculas podem estimular o desenvolvimento, aumentar a eficiência fotossintética e melhorar a absorção de nutrientes, resultando em plantas mais vigorosas e produtivas.
A utilização de nutrientes em conjunto com aminoácidos específicos para cada momento também é um aspecto importante. Em situações de pré-estresse nutrientes como Potássio, Magnésio e Fósforo são fundamentais para auxiliar na regulação osmótica, favorecer a fotossíntese e auxiliar no metabolismo energético. Já em aplicações no período de retomada de crescimento dos canaviais, micronutrientes como Zinco, Manganês, Boro e Molibdênio auxiliam no processo de recuperação e desenvolvimento vegetativo.
Dessa forma, a utilização de aminoácidos em cana-de-açúcar traz benefícios na atenuação e recuperação de estresses, tornando a planta mais eficiente e produtiva.
Evandro Ferronato é Gerente de Desenvolvimento Técnico de Mercado da Ubyfol