Em maio deste ano, a Revisão Tarifária Periódica (RTP), aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), entrou em vigor e, dessa forma, para consumidores de baixa tensão, que são rural, industrial e iluminação pública, ocorreu um aumento médio de 15,55% na conta de luz. Além disso, o subsídio rural, que era financiado pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e se tratava de um fundo setorial para custear várias iniciativas no setor elétrico, terminou.
O pagamento da CDE era feito em parte pelo Orçamento Geral da União (OGU) e, em sua maioria, pelos consumidores de energia elétrica, sendo repassado na conta de luz como parte dos encargos setoriais. Porém, em 2019, o governo percebeu uma crescente do impacto dos subsídios na tarifa de energia elétrica, além de fortes pressões para continuar em progressão, e preparou um decreto para regulamentar o fim do desconto, de forma escalonada, para consumidores rurais do país. A partir disso, nos últimos 3 anos, o desconto foi caindo cerca de 6% ao ano, chegando a zero em 2023, igualando às tarifas industrial e comercial.
Nesse cenário, especificamente para o consumidor rural, o reajuste de 14,7% e a perda do subsídio de 6%, quando analisadas conjuntamente, trazem uma percepção de aumento de 22% na conta de energia, pesando bastante no orçamento.
Nesse sentido, de acordo com o diretor presidente da LL Energia, Luiz Fernando Balthazar, ‘’trata-se de um dos maiores aumentos de energia dos últimos anos e sabemos que esse reajuste tem impacto direto na vida do produtor, uma vez que a energia é um dos principais custos de produção, principalmente para algumas culturas que envolvem irrigação durante a maior parte do tempo ou armazéns climatizados. Em meio a isso, a energia solar é a melhor alternativa para redução de custos no insumo de energia elétrica. A fonte solar, além de limpa e renovável, reduzirá bastante este impacto do aumento’’.
Nas últimas semanas, o Governo Federal anunciou o Plano Safra 2023/2024, que tem o objetivo de fomentar e fortalecer as atividades agrícolas, impulsionando o setor e trazendo diversos benefícios para os produtores, como diferenciação dos juros e prazos mais flexíveis para o pagamento de financiamentos. Já o Plano Safra 2023/2024 vai disponibilizar aproximadamente R$364 bilhões para o financiamento da agricultura e pecuária.
Neste ano, com a missão de incentivar o fortalecimento dos sistemas de produção ambientalmente sustentáveis, serão premiados os produtores rurais que já estão com o Cadastro Ambiental Rural (CAR) analisado, além dos produtores rurais que adotam práticas agropecuárias consideradas mais sustentáveis. Para investimentos, as taxas de juros variam entre 7% a.a. e 12,5% a.a., de acordo com o programa do Plano Safra 2023/2024.
Já os produtores que adotarem práticas de produção agropecuária consideradas mais sustentáveis, como produção orgânica ou agroecológica, bioinsumos, tratamento de dejetos na suinocultura, pó de rocha e calcário, energia renovável na avicultura, rebanho bovino rastreado e certificação de sustentabilidade, terão direito à redução de 0,5 do percentual na taxa de juros de custeio. A definição do rol dessas práticas, bem como a regulamentação de como elas serão comprovadas pelos produtores rurais junto às instituições financeiras, ocorrerá posteriormente ao lançamento do Plano Safra 2023/2024.
Além disso, através do RenovAgro, programa que incorpora os financiamentos de investimentos identificados com o objetivo de incentivo à Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, será possível financiar práticas sustentáveis como sistemas para geração de energia renovável, além de outras práticas que culminam em baixa emissão de gases causadores do efeito estufa.
Dessa forma, de acordo com o sócio-fundador e diretor comercial da SolarVolt, Gabriel Guimarães, o investimento em energia solar, financiado com linhas de crédito ao produtor, possibilita que ele fique imune aos reajustes futuros de energia e que o fluxo de caixa do projeto seja positivo. ‘’Ele pagará o investimento em painéis solares com a própria economia na conta. Além disso, o momento é muito favorável ao investimento em geração própria, já que, de um ano para cá, os equipamentos tiveram uma queda de preço considerável em função do preço do silício no mercado internacional ter reduzido.’, destaca Gabriel.
Segundo o diretor da Nacional Renováveis, Breno Costa, para o produtor que não deseja utilizar o seu limite de crédito para investir em geração própria, ainda é possível reduzir os custos de energia através da energia solar por assinatura. “As fazendas solares construídas por investidores, possibilitam que o produtor tenha até 18% de desconto na conta de luz sem realizar nenhum investimento. Os créditos de energia das fazendas são destinados direto na conta de energia do produtor. Isso ajuda a mitigar o efeito dos reajustes de forma imediata’’, explica Breno.
Foto Divulgação/SolarVolt