Futuro da mobilidade de baixo carbono precisa gerar renda e desenvolvimento econômico para o País

Possível aumento da produção de etanol pode limpar as emissões da frota brasileira de forma mais rápida, antecipando também os benefícios ambientais

Futuro da mobilidade de baixo

Atualmente, um dos temas mais discutidos no planeta refere-se ao futuro da mobilidade em busca de um transporte de pessoas e cargas mais sustentável. A procura por alternativas que reduzam as emissões de gases de efeito estufa tem apontado diversos rumos globais. Mas existe uma solução singular para termos êxito neste desafio? Quais são os critérios que devem ser considerados para a escolha destas possibilidades e para a definição de investimentos nos próximos anos?

Na visão de Ricardo Abreu, Consultor de Mobilidade da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia), a mobilidade do futuro terá mais do que uma solução e será guiada pela sustentabilidade no seu aspecto mais amplo. “O conceito de sustentabilidade é ambiental, mas também é econômico e social. Então, nós temos que pensar que a mobilidade tem que ser acessível, tem que gerar emprego e desenvolvimento econômico, além da questão ambiental”, comenta.

Neste contexto, o consultor, ressalta a necessidade de usar todos os potenciais possíveis, ainda mais dentro de uma agenda de sustentabilidade para 2030, onde indústria e governos precisam encontrar soluções que atendam a necessidade imediata. “O que tem que ser feito é um estudo daquilo que está mais perto de ser realizado e começar com isso. E neste aspecto, o Brasil tem algumas soluções já encaminhadas, como o próprio uso de biocombustíveis, que tem que ser explorado ao máximo, antecipando os benefícios ambientais necessários para essa sociedade de baixo carbono”, enfatizou Abreu, na entrevista recente que deu ao Copercast, o canal de comunicação da Copersucar com o setor.

Todas as tecnologias que estão se desenvolvendo no mundo para substituição do petróleo, como os carros elétricos, só permitirão limpar a matriz energética do futuro, em uma troca que pode levar mais de uma década. Neste quadro, o Brasil está a alguns quilômetros à frente, uma vez que o etanol já pode ser usado nos veículos existentes, pois mais de 80% de veículos leves do País são flex. Ou seja, o aumento da produção de etanol pode limpar hoje a frota brasileira, adiantando a recuperação do meio ambiente.

Para ele, o motor híbrido flex pode ser um caminho propício para colocar o País em uma boa posição rumo à sustentabilidade, pois além da presença do etanol, não há necessidade de infraestrutura adicional e em termos de emissões, um veículo com esta solução no Brasil é tão eficaz quanto um elétrico. Esta opção pega o melhor das tecnologias – os biocombustíveis, a flexibilidade desenvolvida pela própria indústria brasileira e a eletrificação -, colocando-se de uma forma acessível e, principalmente, contribuindo para atender de maneira mais ágil e eficiente às necessidades mais atuais da sociedade.

O representante da UNICA ainda falou sobre a importância da criação de políticas públicas para coordenar as dimensões desse desafio, induzindo as tecnologias mais acessíveis e de resultados mais rápidos, que façam o uso do potencial brasileiro. Neste caminho, ele citou a necessidade de investimentos e mencionou alguns programas que já colocam o País nesse desenvolvimento futuro, como o Rota 2030, o Proconve e o RenovaBio, três iniciativas que precisam conversar entre si, para que um colabore com o outro na busca do objetivo final.

Para conferir a íntegra da entrevista com o Ricardo Abreu, Consultor de Mobilidade da UNICA, basta acessar o CoperCast, o canal de comunicação da Copersucar com o setor, disponível na na plataforma de áudio da Copersucar no Spotify ou no Google Podcasts. A publicação está disponível para os ouvintes escutarem quando e onde quiserem.

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