A aprovação da âncora (arcabouço) fiscal proposta pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é fundamental para a retomada do crescimento, redução das taxas de juros, atração de investimentos para o setor produtivo e crescimento mais expressivo do Produto Interno Bruto (PIB). A avaliação é da presidente da Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra), Vivien Mello Suruagy. “Destravar a negociação do novo modelo será determinante para tranquilizar os agentes econômicos e o Banco Central reduzir a Selic”, ressalta.
O texto sobre a nova regra fiscal foi aprovado pelo presidente Lula nesta quarta-feira (ontem) e deve ser apresentado hoje (quinta-feira) aos presidentes das Casas legislativas, Arthur Lira (Câmara) e Rodrigo Pacheco (Senado).
“Os juros altos provocam retração econômica e desestimulam investimentos no mercado de capitais ou diretamente na produção. Com as taxas elevadas, os investidores preferirão o conforto de uma aplicação em renda fixa”, completa a dirigente.
A definição da nova âncora fiscal - que substitui o antigo teto de gastos - para garantir a solidez das contas públicas será crucial para recuperar a confiança de todo o mercado, complementa Vivien Suruagy. “A economia não pode continuar a desacelerar. O Brasil precisa de investimentos e empregos, seja por meio da Bolsa de Valores ou diretamente no setor produtivo, notadamente para a área de telecomunicações, que está expandindo o 5G pelo País”, ressalta.
A presidente da Feninfra pondera que, enquanto a nova regra é discutida, há um ambiente de tensão na economia. “Após a aprovação da PEC da Transição, com o aumento das despesas fora do teto , contribuiu que o aumento do rombo fiscal passasse para R$ 231,6 bilhões. A ausência de uma nova regra fiscal acarretou insegurança entre os agentes econômicos. Isso causou uma elevação dos prêmios de juros no mercado, além de aumentar a expectativa da inflação”, salienta.
“Defendemos a posição do ministro Haddad, não podemos ficar à mercê do tempo e de eventuais divergências internas dentro do governo. Precisamos de responsabilidade com o gasto público”, pondera.
Vivien Suruagy também lembra que, sem a definição da âncora, a reforma tributária não será levada adiante pelo governo. Alerta, ainda, que a proposta defendida pelo secretário extraordinário do Ministério da Fazenda responsável pelo tema, Bernardo Appy, eleva demais a taxação do setor de serviços, que responde por 70% dos empregos no País.
Precisamos discutir com mais clareza a questão tributária, de forma a não onerar demais alguns setores, para beneficiar outros”, finaliza a dirigente.