As crises dos combustíveis seguem no Brasil e no mundo. Na busca por alternativas mais econômicas, o brasileiro saiu a caça pela gasolina mais barata e de procedência confiável. Também com a guerra da Ucrânia já impacta o Brasil de norte a sul do país, algumas redes de postos de gasolina têm enfrentado desabastecimento de combustíveis, o que tem causado aumento nos preços. Segundo Ricardo Magro, advogado de Óleo e Gás com especialidade na área tributária, o Brasil, tradicionalmente, é exportador de gasolina e importador de diesel. Após a guerra eclodir na Europa, os Estados Unidos, principal parceiro do país nessa área, deixaram de exportar esse tipo de produto.
“O posto é chamado bandeira branca por não ser filiado a uma dessas famosas marcas internacionais ou nacionais como Shell, Esso, Petrobrás, Ipiranga, Ale. E, o posto então, ou tem uma marca própria, ou não tem marca nenhuma. O posto simplesmente compra o etanol e os derivados de petróleo do fornecedor que oferecer o melhor preço e qualidade” declara Ricardo.
Quase mil novos postos de combustíveis abriram no ano passado no Brasil sem ostentar marcas como BR, Ipiranga, Raízen, etc, em suas fachadas. Chamados de "bandeira branca", eles passaram a classificar mais de 40% do mercado total no país de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Para o advogado Ricardo, no entanto, esse movimento deve crescer neste ano devido à crise econômica.
A crise económica não só traz uma maior procura os postos de bandeira branca bem com a potencial desvinculação da marca. Os revendedores podem reverter afiliação as grandes marcas devidas dos altos custos praticados pelas distribuidoras na compra de combustíveis. “Dependendo do caso, desbandeirar o posto pode ser uma opção viável e rentável” avisa Ricardo Magro continuando, “Mas, existem os mitos de que o bandeira branca vende combustível sem qualidade. Uma lenda estimulada que interessa às grandes distribuidoras. Saiba que combustível adulterado pode ser encontrado em qualquer posto, de qualquer marca, porque a qualidade do combustível depende muito mais da honestidade do dono do posto, do que da refinaria ou da distribuidora”
As principais distribuidoras de combustíveis do Brasil apresentam-se ancoradas por causa do crescimento do consumo das famílias que nunca chega, estes grandes players começaram a navegar em um mercado com cada vez mais concorrência, sobretudo com os postos bandeira branca, maior rival do segmento.
Segundo especialistas, outro fator que tem corroído as margens das distribuidoras são os preços menos remuneradores hoje do etanol, segmento em que estes players lucram menos do que a gasolina e o diesel. As empresas alegam forte sonegação no etanol e temem que o cenário piore diante da liberação da venda direta aos postos.
Ricardo Andrade Magro é advogado de Óleo e Gás com especialidade na área tributária, filantrópica e esportista de artes marciais. Nascido em São Paulo e filho de imigrantes portugueses, começou na faculdade de direito na década de 1990 e, assim que se formou nos anos 2000, fundou o seu próprio escritório.
No início da sua carreira empresarial teve contato direto com o trabalho nos postos de combustíveis de sua família e, logo após começar a atuar como advogado, ingressou no mercado de petróleo, ainda em fase inicial, na distribuição e venda de combustíveis.