Agronegócio “zero” no debate presidencial

Agronegócio “zero” no deb

Por José Luiz Tejón

Com menções “en passant” como ajuda a pequenos produtores, agricultura ABC, pelo candidato Lula e desmatamento numa discussão de melhores índices pelo candidato Bolsonaro, o macro setor da economia nacional que impacta diretamente 30% do país não mereceu uma visão de planos e metas de crescimento para um próximo governo de 4 anos.

O crescimento do país, um compromisso de elevação do produto interno bruto brasileiro com metas e meios, necessariamente passa pelo crescimento dos atuais US$ 500 bilhões do agronegócio na soma total das cadeias produtivas do antes, dentro e pós porteira das fazendas.

Podemos perseguir nos próximos 4 anos um incremento de US$ 200 bilhões, atingir 400 milhões de toneladas de grãos, dobrar as exportações do setor de hortifruticultura; proteínas animais; atingirmos a autossuficiência no trigo, diminuir a dependência do fertilizante importado, investirmos num plano agroindustrial de agregação de valor, tanto nos setores da tecnologia no antes da porteira quanto nos alimentos, bebidas, fibras, ração.

Metas para realizar o Renovabio na área dos biocombustíveis bem como implementar o biogás rural nas propriedades da proteína animal gerando biofertilizantes, bioeletricidade e biometano. Oportunidades em todas as cadeias produtivas do A do abacate ao Z do zebu com agroindústrias incluídas, setor financeiro, comercial e estruturas logísticas engajadas, sem contar com os projetos de sustentabilidade com fundos internacionais.

Relações na diplomacia internacional para diversificar mercados e diversificar produtos brasileiros no mundo, bem como um compromisso com fome zero no Brasil além de participação protagonista do país nos compromissos do milênio de diminuir em 50% a fome no planeta. E ao falarmos de combate à desigualdade de renda, pobreza e fome no Brasil, considero incrível nenhum candidato mencionar ao longo de mais de 90 minutos de debates, não ouvir nenhuma vez a palavra cooperativismo, pois será o único modelo para incluir mais de 4 milhões de pequenos agricultores familiares hoje ainda fora da ciência e dos mercados, logo da renda. Cooperativas agroindustriais, crédito e todas nas demais áreas, agregando valor.

Quer dizer que a sociedade civil organizada se reúna para os planos e convocação dos governos, sejam eles quais forem . E que possamos esperar por ministros da agricultura que estejam acima da média dos seus governos, como Roberto Rodrigues no governo Lula e Tereza Cristina no Bolsonaro, só para ficar no curto prazo da história.


José Luiz Tejón, membro do Conselho Científico Agro Sustentável

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