Mais de 7 mil consumidores de baixa tensão conectados à rede da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) serão beneficiados com o início das operações da Usina Fotovoltaica (UFV) Nanuque, no estado mineiro. A redução do custo nas faturas de energia poderá chegar a 15%, sem qualquer contrapartida ou investimento dos consumidores.
Através da modalidade de geração distribuída, toda a produção de energia de Nanuque será fornecida aos seus beneficiários por meio de créditos. Esses créditos serão usados para abatimento das faturas recebidas mensalmente da concessionária.
A UFV Nanuque -- localizada na cidade de mesmo nome - é o primeiro investimento do Grupo Interalli em geração solar distribuída. O empreendimento possui 6,75 megawatts - pico (MWp) de capacidade instalada, com produção anual de 12.610MWh de energia limpa e renovável.
De acordo com o diretor do Grupo Interalli, Fabrício Slaviero Fumagalli, a produção contribuirá com o abastecimento de energia da região e também com o meio ambiente.
"A tendência é que a energia solar seja no futuro a principal fonte energética do mundo, com benefícios para o meio ambiente e para quem busca ter uma redução no valor da conta de energia. Nosso grupo tem apostado cada vez mais nas fontes de energia renováveis, como a energia solar", afirma Fumagalli.
Segundo ele, esse tipo de fonte é fundamental para a ampliação e diversificação da matriz elétrica brasileira, ainda muito concentrada em usinas hidrelétricas e térmicas.
Sustentabilidade
Além da UFV Nanuque, o Grupo Interalli também está construindo outra usina de mesma potência na cidade de Cássia, que deve ser concluída e energizada no terceiro trimestre de 2022. As duas UFVs estão localizadas em Minas Gerais e, quando estiverem operacionais, totalizarão 13,5MWp de capacidade de geração.
Um dos sócios da UFV Nanuque, o empresário Plauto Neto, conta que o empreendimento evitará anualmente a emissão de volumes expressivos de gás carbônico (CO2) no ar.
"Além de fornecer energia com custos menores - por meio da geração distribuída - a energia solar não emite nenhum gás poluente na atmosfera", destaca Neto.
Plauto destaca ainda que as usinas solares em desenvolvimento não causam impacto ambiental para a natureza, além de gerar benefícios para as comunidades que vivem próximas aos empreendimentos - com vida útil estimada em mais de 25 anos.
"O aumento da diversificação da produção de energia renovável em todo o mundo é uma prioridade e o Grupo Interalli vem reforçando cada vez mais seu compromisso com investimentos em ativos com as melhores práticas e políticas ESG", reforça Plauto.
Dados
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a energia eólica e solar devem representar 25% da matriz energética no país, até 2030.
Na energia solar, dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), mostram que o Brasil atingiu uma marca histórica. O país ultrapassou os 16 gigawatts (GW) de potência instalada, resultado da soma dos 5 GW das usinas de grande porte (geração centralizada) e dos 11 GW dos sistemas de geração própria de energia elétrica instalados por consumidores em telhados, fachadas e pequenos terrenos (geração distribuída).
A geração solar distribuída deve chegar a 37,2 GW em 10 anos, conforme o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2031, do Ministério de Minas e Energia, lançado no mês de abril de 2022.
Um estudo encomendado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) aponta que o crescimento da geração própria de energia solar em telhados, fachadas e pequenos terrenos vai trazer mais de R$ 86,2 bilhões em benefícios sistêmicos no setor elétrico para o Brasil na próxima década.
Com isso, a expectativa é de que a fatura de energia elétrica dos consumidores fique 5,6% mais barata até 2031.
Investimentos
A expansão do mercado está sendo comemorada por empresários do setor. O Grupo Interalli, por exemplo, possui outros investimentos em geração distribuída no Ceará e Maranhão e grandes projetos de geração centralizada no estado do Piauí.