Etanol de milho é realidade e exigirá mais da classe produtora e da ciência

O cereal tem alto potencial energético e se em curto espaço de tempo se comprovará com um biocombustível eficiente.

Etanol de milho é realidade e

Onde tem milho pode ter usina e onde tem usina, tem gado, foi dessa forma que o engenheiro agrônomo Murilo Meschiatti da Inpasa explicou sobre a importância da indústria e da produção na integração dos sistemas produtivos, durante o Circuito Aprosoja realizado este sábado (11) na AGRIPESI em São Gabriel do Oeste.

Segundo Murilo, atualmente no Brasil são dezoito usinas de etanol de milho em funcionamento, uma delas em Mato Grosso do Sul na região de Dourados. Dez a doze projetos já estão em andamento em fase de construção ou já em aprovação.

“Basicamente para se instalar uma usina é preciso disponibilidade de milho e de biomassa, mas hoje ainda temos entraves como a comercialização que ainda não pode ser feita de forma direta e a dificuldade do mercado consumidor do entorno das usinas, para o escoamento do DDG que é o coproduto da produção na usina de etanol de milho”, ressaltou Murilo.

Por ser uma possibilidade ainda recente no país, outro grande desafio da indústria de etanol de milho é mostrar que seus produtos podem agregar cada vez mais no agronegócio brasileiro, seja na produção de energia, seja na utilização de seus coprodutos na produção animal.

“Temos que catequizar os produtores e mostrar o valor energético alimentar do nosso produto, então é importantíssimo a gente estar trabalhando lado a lado de uma instituição de nome que leva conhecimento aos produtores”, enfatizou o engenheiro.

Sobre o assunto o presidente da Aprosoja/MS, André Dobashi, se pronunciou. “Há grandes projetos em desenvolvimento em Mato Grosso do Sul, na cadeia de produção de etanol à base de milho, sendo o principal hoje em desenvolvimento no município de Maracaju, ponto estratégico devido a alta produção. O cereal tem alto potencial energético e se em curto espaço de tempo se comprovará com um biocombustível eficiente. Isso exigirá ainda mais da classe produtora e da ciência, uma vez que teremos um novo mercado a atender, em volume. Outro ponto consolidado é a produção de etanol como nova alternativa de mercado para comércio do grão, mais uma garantia economia, que trará competitividade para a produção”.

Participaram também do evento a ex ministra Tereza Cristina e o diretor da Aprosoja MS, Sérgio Luiz Marcon.

Cooperativismo

No sábado (11), André Dobashi, palestrou sobre as perspectivas e tendências da produção de grãos em MS, e debateu o tema com autoridades como o ex-ministro da agricultura, Roberto Rodrigues, durante o Interagro, na sede do Sindicato Rural de Campo Grande.

“Mato Grosso do Sul é um grande sistema cooperativo. É um retrato do que deve ser feito, para se ter resiliência e competitvidade, além de sossego no sistema de produção”, defendeu o presidente da Associação, ao sinalizar o impacto do cooperativismo, inclusive no bolso do produtor, uma vez que ele permite maiores estratégias e maiores possibilidades de armazenamento, que permite maior programação nas vendas. “Só precisamos avançar em armazenamento, atualmente MS está em déficit, podendo armazenar até 10 milhões de toneladas, o que é inferior a uma safra”.

Jaime Verruck (Semagro), Celso Régis (OCB/MS), Fabiana Vila Alves (MAPA), Ademar Serra (Embrapa) e o anfitrião Alessandro Coelho (SRCG), também participaram do debate com Dobashi e o ex-ministro.

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