O médico Ramon de Mello ressalta que o produto pode provocar
tumores oncológicos na mama, no fígado, entre outros órgãos
O Brasil continua usando um agrotóxico banido de países da Europa e também dos Estados Unidos. Mesmo em pequenas quantidades, o produto pode causar danos na saúde como câncer e malformações de fetos. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) adiou recentemente a decisão de banir ou liberar o uso do carbendazim nas plantações brasileiras.
"Os alimentos com agrotóxicos trazem grandes males para a saúde. Esses produtos aceleram as mutações nas células cancerígenas, originando neoplasias como câncer de mama, testículos e fígado", alerta o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove), do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e PhD em oncologia pela Universidade do Porto, Portugal. Para as gestantes, o produto pode ainda levar ao diagnóstico de leucemia e linfoma.
O oncologista afirma que estudos internacionais com 3.800 amostras de soro de pacientes, de 35 países, concluíram que os agrotóxicos aumentaram as taxas de mortalidade associadas ao câncer de pulmão e de cólon em populações distintas. "Estamos avançando na busca de novas terapias contra o câncer, mas, ao mesmo tempo, ampliamos o uso de pesticidas que estão, comprovadamente, aumentando os riscos de tumores oncológicos", ressalta Mello.
Sobre Ramon Andrade de Mello
Pós-doutorado em Pesquisa Clínica no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra), Ramon Andrade de Mello tem doutorado (PhD) em Oncologia Molecular pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal).
Foto capa divulgação MST