"Muitos produtores rurais e outros que estão sendo afetados pela subida de juros e crise, precisarão da recuperação judicial", analisa especialista.

"Muitos produtores rurais e ou
"Muitos produtores rurais e ou

Douglas Duek relaciona uma subida ainda maior por conta das consequências da guerra, principalmente no setor agro. 

 

De acordo com o Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian, em março, os pedidos de recuperação judicial foram de 88, o que significa um aumento de 12,8% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram contabilizadas 78 requisições. De acordo com o levantamento, o setor que mais teve demanda foi o de Serviços, com 38 pedidos este ano, em contraponto do setor Primário com 13 pedidos.

 

A análise do Serasa mostrou que as micro e pequenas empresas lideram as solicitações de RJ. Este ano foram 59 pedidos até março, com retração comparada ao ano passado, quando tiveram 63 requisições de recuperação judicial. Com 22 pedidos, os negócios de médio porte ficaram em segundo lugar e os grandes negócios tiveram apenas 7 pedidos de RJ.

 

Para Douglas Duek, especialista em recuperação judicial e CEO da Quist Investimentos, este número ainda pode elevar mais se levarmos em conta as consequências da guerra na Ucrânia. "Fatalmente, com a subida dos juros e a crise originada pela guerra na Europa, muitos produtores rurais e outros que estão sendo afetados, precisarão da recuperação judicial. Estamos monitorando diversos setores nestas condições e acreditamos que a subida pode passar de 20% em relação ao período anterior", destaca.

 

Duek analisa os impactos dentro do setor do agronegócio, que começam com a lógica de mercado que aumenta preços quando o serviço se torna mais escasso. "Temos tipos de produção que usam especificamente produtos de lá para corrigir a terra, como a ureia, o fósforo, entre outros. Só de não poder embarcar um produto como a ureia, por exemplo, teremos uma mexida de preços, porque os outros lugares que também exportam ureia vão aumentar o preço por conta da menor oferta. Outra questão forte nisso, é o petróleo. O petróleo já subiu quase 90% nos últimos 12 meses e é um insumo crucial para o agronegócio. Ele está presente em todos os tipos de cultivos e é utilizado de forma intensa em todas as fases, desde a plantação até a venda. Então o impacto é muito forte!", afirma.

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