O aumento anunciado nesta quarta-feira (13) pelo presidente
Jair Bolsonaro (PL) de 5% para todo o funcionalismo público federal, índice que
não repõe sequer as perdas inflacionárias dos últimos 12 meses, que chegam a
11,3%, não altera em nada a mobilização dos auditores-fiscais da Receita
Federal.
Todas as ações iniciadas em dezembro do ano passado
prosseguem. As medidas incluem: a entrega dos cargos de chefia — somente em
Mato Grosso do Sul foram 18 pedidos de exoneração, a realização de dias de
apagão, em que os servidores não acessam sistemas e computadores da Receita as
terças, quartas e quintas-feiras; a não participação em cursos e treinamentos,
e uma operação padrão nas unidades alfandegárias.
A mobilização ocorre porque o governo federal cortou 52% do
orçamento da Receita para 2022, engessando totalmente a atividade do órgão;
porque não promove concurso público para a função desde 2014, ocasionando um
déficit imenso de servidores — no estado de mais de 30% e, porque ainda não
regulamentou o pagamento de um bônus de produtividade definido em lei há quase
5 anos.
"Não muda nada para nós. Continuaremos mobilizados até
que seja recuperado o orçamento da Receita, até que haja concurso público e
seja regulamentado o bônus de produtividade. Em julho, a Lei 13.464/2017 , que
estabeleceu o direito ao recebimento de uma parcela variável de acordo com
índices de eficiência, completa cinco anos de publicação, mas sem vontade
política, ainda não foi regulamentada ", ressalta o presidente do
Sindifisco Nacional em Mato Grosso do Sul, Anderson Novaes.