Todas as máquinas agrícolas do grupo foram equipadas com computadores de bordo que capturam dados sobre frotas e operações para monitoramentos em tempo real.
Com inovações tecnológicas e monitoramento em tempo real de operações agrícolas, as usinas do grupo São Martinho têm a expectativa de reduzir o custo de produção por tonelada de cana-de-açúcar colhida entre R$2 e R$3 — o que pode representar uma economia de até R$72 milhões, considerando a capacidade produtiva da empresa de 24 milhões de toneladas por safra.
A redução de gastos será possível a partir da conclusão de um projeto de inovação em parceria com a divisão de Agricultura da Hexagon — empresa que desenvolve e fornece tecnologia para o campo — em todas as fazendas do grupo. O propósito é implantar uma solução de automação dos processos logísticos e operacionais nas usinas, incluindo sistemas de transmissão e sensoriamento e softwares para planejamento, otimização e integração de dados e processos.
Todos os equipamentos agrícolas da companhia sucroenergética foram equipados com computadores de bordo da Hexagon, que têm a função de capturar os principais indicadores gerados pelas máquinas e seus sensores. Atualmente, a São Martinho conta com 1.986 displays HxGN AgrOn Ti7 que monitoram, processam e direcionam os dados coletados para uma sala de controle das usinas, chamada de Comando de Operações Agrícolas (COA). Com isso, os gestores conseguem acompanhar as frotas e operações em tempo real remotamente, o que permite a tomada de decisões ágeis e efetivas sempre que necessário.
"Conseguimos monitorar o comportamento dos principais componentes de cada veículo em operação, a rotação e a temperatura do motor, posição geográfica, velocidade média, status de desempenho operacional, ativos disponíveis ou em manutenção, entre outras informações. O resultado é a melhoria da eficiência de uma série de operações com impactos significativos na economia de recursos como, por exemplo, a redução do consumo de combustível pelos nossos veículos agrícolas", explica o gestor de Inovação da São Martinho, Walter Maccheroni. De acordo com a empresa, só com essa tecnologia, a economia de combustível chegou a R$3 milhões na safra 2019/20.
Outras mudanças que também geram economia são a correção dos apontamentos (antes feitos de manualmente), a não necessidade de controladores na balança de pesagem e a diminuição na quilometragem rodada. A parceria, que iniciou em 2018, ainda inclui tecnologias como integração de sistemas de apoio e rastreabilidade de matéria-prima. "Todas as ferramentas trabalham de forma sincronizada, assegurando que o planejamento seja seguido e permitindo intervenções rápidas sempre que necessário. O resultado é a segurança de que as operações serão executadas de forma eficiente, sem perda de tempo ou de recursos", comenta o presidente da divisão de Agricultura da Hexagon, Bernardo de Castro.
Waze do campo
Com uma área total de quase 350 mil hectares e mais de 22 mil km de estradas em suas propriedades, a São Martinho desenvolveu uma espécie de "Waze" próprio para que os caminhões sigam as melhores rotas e a logística das operações seja otimizada. A ferramenta também é resultado de uma parceria com a divisão de Agricultura da Hexagon.
"Com a conectividade, é possível que a usina saiba exatamente onde está o caminhão, quando ele chega ou sai da frente de colheita, quando é abastecido ou mesmo quando está na balança. Com o controle e despacho otimizado dos caminhões, elimina-se a possibilidade de falta de cana na indústria", explica Fábio Perna, Diretor Comercial da divisão de Agricultura da Hexagon.
Em qualquer caso de anormalidade — se há desvio do caminho ou infração de outro parâmetro estabelecido, por exemplo —, a equipe do COA recebe um sinal de alerta e pode entrar em contato com os operadores dos maquinários no campo via rádio. No futuro, no entanto, a ideia é que essa comunicação seja feita diretamente pela tela do computador de bordo, através de um aplicativo que já está sendo desenvolvido pela empresa de tecnologia para a São Martinho.