O fenômeno climático La Niña deve seguir influenciando o clima no Brasil pelo menos até o mês de maio. Ainda ativo, tem atuado, principalmente entre o Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, que, durante pelo menos 20 dias não tiveram registros de chuva intensa.
De acordo com análise da meteorologista Celso Oliveira, da Climatempo, há a expectativa de que os efeitos do La Niña terminarem ainda no outono. Mas o fenômeno segue ativo. Este início de março deve ser caracterizado por um bloqueio atmosférico, com chuva mais intensa sobre o Rio Grande do Sul, a Argentina e o Uruguai.
No entanto, a tendência é de que este padrão mude ao longo do mês, com essa chuva migrando para Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso. A transição deve ser rápida e encontrar, no meio do caminho, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.
"Parte dos três Estados receberá menos chuva que o normal ao longo do mês de março com destaque para o norte do Paraná, centro e oeste de São Paulo e leste de Mato Grosso do Sul", diz Oliveira, em boletim divulgado no site oficial da Climatempo.
Para abril a tendência é da chuva estacionar sobre a região centro e norte do Brasil. Com isso, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul devem ter períodos de estiagem mais intensa, o que eleva o alerta para o desenvolvimento da segunda safra.
"Apenas na segunda quinzena de maio é que aparece chuva acima da média, mas que chegará muito tarde para algumas áreas produtoras do três Estados. Por outro lado, boa parte do Brasil terá uma produção de milho muito melhor que observada em 2021", esclarece Oliveira.
Alerta de temporais
Na terça-feira (1/3), foram registradas chuvas fortes e temporais em algumas regiões do Brasil, especialmente no Paraná, Santa Catarina e São Paulo. De acordo com a Climatempo, áreas de instabilidade ainda estão ativas sobre esses estados.
A quarta-feira (2/3) é de alerta para possível ocorrência de temporais, principalmente no Paraná e em Santa Catarina, o que tende a ocorrer também na quinta (3/3) e sexta (4/3). "Todas as regiões do Paraná e de Santa Catarina, incluindo as capitais Curitiba e Florianópolis, estão sujeitas a tempestades", diz a Climatempo.
Os meteorologistas destacam que a frente fria ainda está em alto-mar. Mas há também um sistema de baixa pressão atmosférica sobre o Paraguai, que faz chover em algumas regiões do Paraná e de Santa Catarina.
Fonte: Revista Globo Rural