Os preços do açúcar fecharam a quarta-feira (2/3) em alta nas bolsas internacionais, impulsionados pela cotação recorde do barril de petróleo que chegou a bater 110 dólares ontem devido aos temores de interrupção da oferta com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Com esta pressão sobre a energia, analistas acreditam que a Petrobras deva ajustar os preços da gasolina dentro do Brasil, o que desviaria parte da produção de cana para o etanol, diminuindo a oferta do adoçante.
Em Nova York, o açúcar bruto foi negociado, no vencimento maio/22, a 18,64 centavos de dólar por libra-peso, valorização de 30 pontos no comparativo com os preços da véspera. Já a tela julho/22 valorizou 36 pontos, contratada a 18,48 cts/lb. Os demais lotes subiram entre 7 e 33 pontos.
Segundo a Reuters, "preços mais altos de energia podem desviar a cana da produção de açúcar para a fabricação de etanol no maior país produtor, o Brasil. Embora os preços dos combustíveis no Brasil estejam estáveis desde janeiro, quando a estatal Petrobras elevou os preços pela última vez, operadores acreditam que a pressão está aumentando por um novo aumento, o que intensificaria o apelo do etanol entre as usinas".
Levantamento feito ontem pela Goldman Sachs, destaca que a gasolina vendida no Brasil esteja até 23% mais barata com relação à paridade internacional.
Açúcar branco
Em Londres o açúcar branco também fechou valorizado em todos os lotes da ICE Future Europe. O vencimento maio/22 foi contratado ontem a US$ 515,20 a tonelada, valorização de 5,90 dólares no comparativo com os preços praticados na terça-feira. Já a tela agosto/22 subiu 6,10 dólares, contratada a US$ 502,50 a tonelada. Os demais lotes subiram entre 3,50 e 6 dólares cada.
Mercado interno
Ontem o açúcar cristal medido pelo Indicador Cepea/Esalq, da USP, fechou em alta no comparativo com os preços de sexta-feira passada (última cotação devido ao feriado de carnaval). A saca de 50 quilos foi negociada nesta quarta-feira a R$ 132,99, contra R$ 132,42 praticado no dia 25 de fevereiro, valorização de 0,43% no comparativo entre as datas. No mês de fevereiro o indicador acumulou perda de 9,94%.
Etanol hidratado
Já o etanol hidratado, medido pelo Indicador Diário Paulínia fechou praticamente estável nesta quarta-feira no comparativo com a cotação anterior (de 25 de fevereiro). Ontem, o biocombustível foi negociado pelas usinas a R$ 2.954,50 o m³, valorização de 0,02%, ou 50 centavos de Real, no comparativo. Em fevereiro o indicador desvalorizou 5,23%.
Fonte: Agência UDOP de Notícias