Leiloadas em 2021, BRs-101/116/RJ/SP serão administradas conjuntamente pelo grupo CCR e modernizadas com uma série de intervenções ao longo dos próximos 30 anos
O setor de infraestrutura deu início à contagem regressiva para a entrada em vigor do maior contrato de concessão rodoviária já firmado na história do país. Na próxima semana, o Governo Federal repassa oficialmente à iniciativa privada a gestão conjunta de duas das principais estradas brasileiras. Pelos próximos 30 anos, as rodovias Presidente Dutra e Rio-Santos (BR-101/116/RJ/SP) serão administradas pelo Grupo CCR, que venceu leilão promovido pelo Ministério da Infraestrutura em outubro de 2021.
A concessionária deve investir, ao longo da concessão, R$ 14,8 bilhões na modernização das duas vias e aplicar outros R$ 10,8 bilhões em serviços operacionais que beneficiarão os 46 municípios do Rio de Janeiro e de São Paulo, localizados em suas áreas de influência. Para marcar o início das operações, um evento será realizado no dia 4 de março, com a participação do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e representantes do Grupo CCR.
Para Tarcísio de Freitas, a nova concessão vai impulsionar o desenvolvimento econômico da região. “A Dutra transporta 50% do PIB [Produto Interno Bruto] do país. As regiões metropolitanas do Rio e de São Paulo, juntas, concentram R$ 1 trilhão do PIB nacional. Fazer os investimentos que essas estradas federais, duas das principais do país, merecem e trazê-las para o século 21 representa mais segurança ao usuário e melhores condições de escoamento da produção brasileira rumo aos portos do Sudeste. É mais riqueza e emprego para a população”, destaca o ministro.
O que vem por aí
“A projeção é que as intervenções previstas nessa concessão resultem na abertura de mais de 218 mil vagas de trabalho, ao longo do contrato”, acrescentou. Entre os pontos altos do novo projeto, estão quase R$ 1,5 bilhão a serem aplicados somente na região de Guarulhos (SP) para solucionar gargalos e facilitar o acesso ao aeroporto internacional de São Paulo, e outros R$ 1,2 bilhão para a nova Serra das Araras, cuja subida ganhará nova pista duplicada.
No total, serão 590 quilômetros de faixas adicionais para ampliação de capacidade das rodovias; 80 quilômetros de duplicação da BR-101, da cidade do Rio de Janeiro a Angra dos Reis; 144 dispositivos e interseções nas vias marginais para facilitar o acesso aos municípios ao longo das estradas; construção de centenas de estruturas operacionais e quatro pontos de descanso para caminhoneiros (três na Dutra e um na Rio-Santos).
Iluminação em LED, wi-fi para emergência, monitoramento dos trajetos com câmeras automáticas para identificação de incidentes, além da implantação o sistema de cobrança de pedágio sem parada, por livre passsagem (free flow) – em Guarulhos (SP) –, programa de neutralização de emissões de poluentes, e da tecnologia iRap (padrão internacional) para redução de acidentes, estão entre as inovações que serão adotadas nas novas Dutra e Rio-Santos.