IA auxilia na identificação de mamona, corda-de-viola e mucuna-preta no cultivo de cana-de-açúcar

Ferramenta tem sido aliada para detectar a presença dessas e outras plantas invasores e orientar o produtor quanto ao manejo eficiente da lavoura

IA auxilia na identificação

O cultivo da cana-de-açúcar mantém sua relevância no agronegócio brasileiro e pode alcançar 671 milhões de toneladas na safra 2025/26, conforme estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o que colocaria o Brasil na liderança global tanto na produção da planta quanto do açúcar. Para sustentar esse protagonismo, é essencial que o setor esteja preparado para enfrentar desafios recorrentes, como a presença de mamona, corda-de-viola e mucuna-preta. Nesse contexto, tecnologias baseadas em inteligência artificial, como as oferecidas pela Taranis do Brasil, ganham espaço como aliadas estratégicas no campo.

Essas ferramentas, como frisa o gerente-geral da empresa, Fábio Franco, oferecem maior precisão na definição do manejo mais adequado para controlar espécies invasoras, contribuindo para a manutenção da produtividade e da competitividade das lavouras.

“As plantas daninhas, como mamona, corda-de-viola e mucuna-preta, competem com a cana-de-açúcar por recursos como luz, água e nutrientes, o que leva a uma diminuição no desenvolvimento da cultura principal, resultando em menores rendimentos”, explica o profissional.

Neste cenário, a mamona é uma das mais prejudiciais, uma vez que pode reduzir a produtividade da cana-de-açúcar em até 80% e se transformar em arbusto, atrapalhando o trabalho dos equipamentos de colheita, causando embuchamento (paralisação do fluxo normal dentro da máquina) e redução da eficiência do processo.

“A presença dessa planta invasora na lavoura, em forma de sementes ou outros materiais, reduz a qualidade da matéria-prima e pode gerar problemas na indústria, impactando a produção de açúcar e álcool. Suas sementes, lançadas a longas distâncias, tornam o controle da planta mais difícil, com novas infestações surgindo em áreas próximas. Por fim, seu controle, seja por métodos químicos ou mecânicos, gera custos adicionais para o produtor, que se somam aos prejuízos da perda de produção”, detalha o gerente.

A corda-de-viola, por sua vez, ao cobrir a cana, bloqueia a luz solar, o que diminui a capacidade da cana-de-açúcar de realizar a fotossíntese e produzir sacarose – o açúcar que é a base da produção de açúcar e álcool. Essa daninha pode se enrolar nas máquinas colhedoras, entupindo-as e dificultando o processo de colheita, o que reduz a eficiência e aumenta os custos. Tudo isso leva a prejuízos como a redução de rendimento e aumento dos custos de produção.

Já a mucuna-preta pode afetar negativamente a produção de cana-de-açúcar porque, ao crescer sobre a lavoura, também diminui a fotossíntese e dificulta a colheita, reduzindo o acúmulo de biomassa. Ela também serve como hospedeira para pragas e doenças que afetam o cultivo, contribuindo para o aumento da incidência desses problemas. Estudos apontam que a interferência dessa planta invasora pode reduzir a produtividade da cana-de-açúcar em até 50%.

“Além das já citadas, outras invasoras frequentemente encontradas em canaviais incluem merremia, capim-braquiária, capim-marmelada e capim-colonião. O manejo dessas espécies pode ser realizado por meio de estratégias combinadas, que envolvem desde a aplicação de herbicidas até práticas culturais, como a rotação de culturas e o uso de cobertura morta. A identificação precisa, reforçada pelo uso de inteligência artificial, também desempenha um papel essencial nesse processo”, destaca Franco.

Identificação digital

Para ajudar o agricultor a identificar possíveis ervas invasoras em sua lavoura e assim definir a melhor maneira de combatê-las, a Taranis do Brasil usa inteligência artificial para fazer um mapeamento preciso e rápido das áreas atingidas. Na primeira parte do processo, por meio do monitoramento aéreo, a empresa usa a mais avançada tecnologia para capturar imagens de alta resolução, que realiza uma amostragem altamente representativa de cada talhão, com resolução menor que 1 mm por pixel em cada amostra.

Essas fotos são então analisadas por um poderoso sistema de inteligência artificial, que conta com um banco de mais de 500 milhões de imagens e algoritmos sofisticados. Para eliminar qualquer erro, a empresa dispõe de uma equipe de especialistas que realiza a dupla verificação das fotos e alimenta o sistema com informações atualizadas, assegurando a qualidade contínua dos resultados.

Assim que as plantas daninhas são identificadas, é gerado um relatório de diagnóstico sobre a distribuição e a área de cobertura de infestação. Com essas informações, é gerada uma matriz intuitiva que combina dados de distribuição e área de cobertura, para classificar a infestação em níveis. Esses relatórios e insights com filtros interativos podem ser acessados pela plataforma on-line da Taranis e, também, baixados em PDF ou Excel para o dispositivo do cliente.

“Com essas informações em mãos, o produtor pode elaborar sua estratégia para eliminação dessas pragas já sabendo exatamente onde elas precisam ser atacadas. O uso da IA proporciona economia tanto de mão de obra quanto de recursos para o combate a essas plantas daninhas. Fazer uso dessa tecnologia hoje é um investimento, uma vez que os dados ficam arquivados, e assim o produtor pode acompanhar ano a ano a evolução da sua cultura e monitorar com mais clareza o surgimento de possíveis ameaças à lavoura”, afirma o gerente.

Notícias relacionadas
© Estudo inédito analisa a viabilidade econômica da produção de cana-de-açúcar na região de Quirinópolis (GO)

Estudo inédito analisa a viabilidade econômica da produção de cana-de-açúcar na região de Quirinópolis (GO)

© Senado avança em PL que isenta canavieiro de pagar cultivares. Feplana estava na votação em Brasília

Senado avança em PL que isenta canavieiro de pagar cultivares. Feplana estava na votação em Brasília

© Preço do açúcar cristal cai no mercado paulista mesmo com entressafra

Preço do açúcar cristal cai no mercado paulista mesmo com entressafra

© Inteligência artificial se torna grande aliada no combate às plantas daninhas na produção brasileira de cana-de-açúcar

Inteligência artificial se torna grande aliada no combate às plantas daninhas na produção brasileira de cana-de-açúcar

Comentários 0
Deixe seu comentário
or

For faster login or register use your social account.

Connect with Facebook