Por Cássio Menezes
Entre os pilares da economia brasileira, está a indústria de metalmecânica. Isso porque o segmento atua no fornecimento de componentes e máquinas essenciais para diversos setores, como automotivo, construção civil, energia e agricultura. Não à toa, antes da pandemia, a vertical era responsável por quase 12% do PIB nacional.
Passado o período da crise sanitária, atualmente, o setor vive um momento de transição importante. Globalmente, é possível perceber uma retomada consistente pós-pandemia, impulsionada por investimentos em infraestrutura, reindustrialização de países desenvolvidos e uma corrida tecnológica por eficiência e automação.
Contudo, mesmo em meio a um cenário promissor, o segmento enfrenta desafios históricos como pressões por produtividade, escassez de mão de obra qualificada e a urgência da descarbonização. No Brasil, a vertical vive questões desde instabilidade fiscal e tributária, burocracias regulatórias, alto custo logístico e, sobretudo, a defasagem tecnológica.
Segundo o Ranking Nacional da Indústria 4.0, feito pelo instituto Atlas Intel em parceria com a Tractian, apesar de ser uma necessidade latente, o uso da tecnologia na indústria é relativamente recente no país. O estudo mostra que cerca de 73% das empresas começaram a adotar tecnologias da indústria 4.0 apenas nos últimos cinco anos.
Ao mesmo tempo que o contexto se mostra desafiador, é importante destacar que a indústria metalmecânica brasileira também encontra oportunidades no mercado interno em recuperação, que busca por fornecedores locais a fim de criar uma alternativa frente à dependência externa. No entanto, muitas empresas não conseguem aproveitar tais oportunidades devido à falta de visibilidade e controle sobre os processos internos, que acabam limitando as possibilidades de escalabilidade e competitividade do negócio.
Hoje, existe uma gama de ferramentas que podem apoiar a jornada rumo à transformação digital do setor, como a digitalização, aplicação de dados estruturados, uso de plataformas conectadas e, principalmente, a Inteligência Artificial, que vem guiando esse movimento de inovação que, diferentemente do que muitos possam pensar, não está mais restrita ao chão de fábrica.
Ou seja, o uso de novos materiais ajuda a reduzir custos e ampliam aplicações, processos mais ágeis e automatizados que melhoram a produtividade e diminuem desperdícios. No entanto, é nos modelos de negócios, como servitização, produção sob demanda e personalização em escala, que surgem as maiores oportunidades de diferenciação frente à concorrência.
Se antes as organizações tinham a mentalidade que para sair na frente era necessário produzir em larga escala, agora, as empresas precisam atribuir para a linha de produção diversos pilares desde social, governança e ambiental (ESG). Quanto a isso, a tecnologia se mostra o elo essencial para garantir a conquista de resultados sólidos e consistentes para o setor.
Com o crescente movimento de digitalização, a indústria precisa integrar e obter dados em tempo real, a fim de acompanhar e tomar decisões estratégicas. Neste aspecto, o uso de um ERP aderente à realidade do chão de fábrica é uma ferramenta estratégica para permitir rastrear cada etapa da produção, calcular emissões e propor melhorias contínuas através da melhor visibilidade, e guiar a empresa, independentemente de porte e segmento, a expandir sua atuação com dados confiáveis.
O modelo de negócio é um pilar importante e, com a chegada de novos recursos, pode impactar a empresa como um todo. Por isso, ter o apoio de uma consultoria especializada no setor é de extrema importância, uma vez que a equipe irá ajudar a organização em cada passo, garantindo uma transição prática e eficiente.
À medida que a transformação digital avança, é exigida ainda mais integração, agilidade e visão estratégica. Em se tratando da indústria metalmecânica, irão prosperar aquelas que, desde já, investirem no uso tecnologia como alicerce principal, bem como capacitar a equipe para gerenciar as operações. Afinal, são as ações do presente que determinam como será o futuro.
Para abordar os rumos do setor, a H&CO irá participar, entre os dias 06 e 10 de maio, da EXPOMAFE 2025, feira que reúne tecnologias inovadoras e os principais lançamentos destinados a indústria de máquina-ferramenta, automação industrial, e muito mais. Saiba mais em: https://www.expomafe.com.br/pt/home.html
Cássio Menezes é Sales Manager na H&CO Brasil.