Os preços do açúcar cristal branco continuam em trajetória de alta no estado de São Paulo, impulsionados pela combinação de fatores climáticos adversos e uma leve recuperação da demanda. De acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a redução na oferta do produto por parte das usinas, consequência da seca e das queimadas que afetam a região, tem sido o principal motivo para essa valorização.
Atualmente, o Indicador CEPEA/ESALQ para o açúcar cristal branco, de cor Icumsa entre 130 e 180, está em torno de R$ 140,0 por saca de 50 kg. Esse patamar não era observado desde o início de maio de 2024, sinalizando uma pressão significativa nos preços ao longo das últimas semanas.
No campo, os dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) reforçam a gravidade da situação. A produção de açúcar em São Paulo totalizou 2,073 milhões de toneladas na segunda quinzena de agosto, o que representa uma queda de 11,82% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Esse cenário evidencia como a crise climática está impactando diretamente a produção e os preços no setor sucroenergético. A combinação de seca e incêndios tem comprometido a produtividade das lavouras, limitando a oferta de açúcar no mercado. Além disso, a demanda, ainda que com uma ligeira recuperação, adiciona mais pressão sobre os preços, agravando o quadro de alta.
As usinas devem seguir enfrentando desafios em um cenário marcado pela instabilidade climática, o que coloca em alerta toda a cadeia produtiva. A expectativa é que os preços do açúcar permaneçam elevados enquanto as condições climáticas adversas e os efeitos das queimadas continuarem a influenciar a produção.
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