Moagem de cana na Safra 2024/2025 no Centro-Sul Apresenta Queda de 8,57% na Primeira Quinzena de Agosto

Da Redação

Na primeira quinzena de agosto, as unidades produtoras da região Centro-Sul processaram 43,83 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, uma queda de 8,57% em relação ao mesmo período da safra 2023/2024, quando foram processadas 47,94 milhões de toneladas. Até 16 de agosto, o acumulado da safra 2024/2025 atingiu 377,44 milhões de toneladas, superando as 360,06 milhões de toneladas registradas no ciclo anterior.

Ao final da quinzena, 258 unidades permanecem em operação na região, sendo 239 dedicadas ao processamento de cana-de-açúcar, nove à produção de etanol a partir do milho e dez operando como usinas flex.

Dados do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) indicam que, em julho, o rendimento agrícola foi de 86,6 toneladas por hectare, uma queda de 12,2% em comparação ao mesmo período da safra anterior. No acumulado de abril a julho, a produtividade média caiu 5,6%, passando de 94,0 para 88,7 toneladas por hectare.

A qualidade da matéria-prima, medida pelos Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), registrou uma leve melhora na primeira quinzena de agosto, atingindo 151,09 kg por tonelada de cana, um aumento de 1,25% em relação à safra anterior. No acumulado da safra, o índice foi de 135,15 kg por tonelada, mantendo-se próximo ao registrado no ciclo anterior.

Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da UNICA, ressalta que a queda na moagem durante a primeira quinzena de agosto não foi influenciada pelos incêndios que afetaram algumas lavouras após o encerramento da quinzena.

Produção de Açúcar e Etanol

A produção de açúcar na primeira quinzena de agosto totalizou 3,11 milhões de toneladas, uma redução de 10,24% em comparação ao mesmo período da safra 2023/2024. Desde o início da safra, até 16 de agosto, a fabricação acumulada de açúcar foi de 23,91 milhões de toneladas, representando um aumento de 5,41% em relação ao ciclo anterior.

Apesar da queda, Rodrigues aponta que as condições climáticas adversas desde o início da safra impactaram a concentração de sacarose, limitando a produção de açúcar.

A produção de etanol, por outro lado, apresentou crescimento. Na primeira quinzena de agosto, foram produzidos 2,29 bilhões de litros de etanol, sendo 1,47 bilhão de litros de etanol hidratado, um aumento de 3,02%, e 828,52 milhões de litros de etanol anidro, uma queda de 10,22%. No acumulado da safra, a produção total de etanol atingiu 18,00 bilhões de litros, um crescimento de 7,26% em relação ao ciclo anterior.

Dentre os 2,29 bilhões de litros de etanol produzidos, 14% foram obtidos a partir do milho, totalizando 322,05 milhões de litros, um aumento de 14,19% em comparação com o mesmo período do ciclo 2023/2024. No acumulado da safra, a produção de etanol de milho alcançou 2,78 bilhões de litros, um avanço de 24,75%.

Vendas de Etanol

Nos primeiros quinze dias de agosto, as vendas de etanol somaram 1,49 bilhão de litros, representando um crescimento de 12,66% em relação ao mesmo período da safra 2023/2024. No mercado interno, as vendas de etanol hidratado alcançaram 897,91 milhões de litros, um aumento de 19,27%, enquanto as vendas de etanol anidro somaram 483,25 milhões de litros, com um crescimento de 0,90%.

De acordo com Rodrigues, as vendas seguem a tendência observada desde o início do ano, refletindo a preferência do consumidor pelo biocombustível.

No acumulado da safra 2024/2025, a comercialização de etanol pelas unidades do Centro-Sul atingiu 13,12 bilhões de litros, um aumento de 19,91%. O volume de etanol hidratado vendido foi de 8,51 bilhões de litros, um crescimento de 39,04%, enquanto o de etanol anidro caiu 4,37%, totalizando 4,61 bilhões de litros.

Mercado de CBios

Até o dia 26 de agosto, a B3 registrou a emissão de 27,57 milhões de créditos de descarbonização (CBios) pelos produtores de biocombustíveis em 2024. A quantidade total de CBios disponível para negociação soma 29,07 milhões de créditos.

Segundo a UNICA, já foram emitidos mais de 80% dos títulos necessários para o cumprimento da meta de 2024, evidenciando a força do mercado de CBios no país.

Fonte: Unica

Foto: Niels Andreas