Diante de todas as propostas concretas apresentadas na COP 26, que acontece em Glasgow neste ano, podemos afirmar que a agropecuária sul-mato-grossense, está à frente das discussões ou, no mínimo, em consonância às exigências do mundo.
Enquanto se discute a valorização daquelas que preservam a matas nativas, com pagamentos por serviços ambientais, temos casos concretos já em execução em propriedades rurais da capital e do Pantanal. E técnicas de neutralização de emissão de carbono, na pecuária e na agricultura, desenvolvidas pela Embrapa e outras entidades de pesquisas, já são aplicadas há alguns anos em MS, com resultados positivos.
E nosso estado tem um formato de atuação específico, que contribui bastante com que o agro, se desenvolva de maneira sustentável e legal. Aqui as ações são desenvolvidas em união com o executivo estadual, entidades representativas, empresas de pesquisa e a ponta, que é o produtor rural, e todas são pensadas e executadas levando em contato o tripé sustentável, que considera o ambiental, social e econômico.
Exemplos dessas operações está na meta do Governo de MS de neutralizar a emissão de carbono até 2030. Para que isso se concretize, há um empenho e forte investimento em ciência, posteriormente há também a apresentação dessas questões, de forma direta, ao produtor rural, dentro da porteira. Essa aplicação, quase que instantânea, nos coloca à frente de outros estados e países, que ainda buscam alternativas, para se comprovarem sustentáveis.
Cito três iniciativas que comprovam essa celeridade do produtor rural sul-mato-grossense, diante dos demais estados, quanto as metas ambientais. A primeira delas é a prática do plantio direto e as integrações entre diferentes culturas, (ILPF), bastante usual entre propriedades rurais, capazes de sequestrar o arroto do boi, ou de sequestrar e fixar o carbono no solo, atingindo o objetivo que muito ainda nem traçaram.
Na sequência, na pecuária, temos o PSA – Pagamento por Serviços Ambientais, que tem sido bastante discutido pelo Governo Federal, e que de certa forma, já é praticado por aqui. É o caso do Programa Carne Sustentável do Pantanal, em que o pecuarista recebe desconto do ICMS, por se dedicar a uma pecuária que se sobressaia à legislação ambiental (uma das mais rigorosas do mundo).
Na capital, o Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho, é integrante do Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental dos Mananciais do Córrego Guariroba (APA do Guariroba), uma iniciativa que faz pagamentos àqueles que preservam rios que abastecem a cidade, esses são produtores rurais, que de certa forma, produzem água.
São exemplos de que estamos no caminho, e destaco que iniciativas como a retirada da vacina contra aftosa e a valorização da carne originada no Pantanal, abrirão mercados novos e criam um nicho para nossa proteína, de forma que possamos avançar, tornando-nos fornecedores de carne sustentável, atendendo demandas de crédito carbono e buscando os pagamentos por serviços ambientais (já sancionado pelo poder executivo), dinamizando a renda do produtor rural sul-mato-grossense, pagando quem preserva.
Alessandro Coelho – Pres. do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho