A ORPLANA (Organização das Associações de Produtores de Cana-de-Açúcar do Brasil), juntamente com as cooperativas Coplana, Coopercitrus, Coplacana e Copercana, apresentará um Raio-X detalhado dos produtores de cana-de-açúcar do país durante o Cana Summit, que será realizado nos dias 10 e 11 de abril, em Brasília/DF.
O objetivo do estudo é mostrar para a sociedade e para o poder público quem é o produtor de cana-de-açúcar, sua produção e como contribui efetivamente para a economia de baixo carbono e também na geração de emprego e renda no campo. Em 2023, os produtores de cana-de-açúcar movimentaram mais de R$ 43,8 bilhões na economia brasileira.
O levantamento, intitulado “Cana-X”, está sendo realizado pelo PECEGE (Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas) e visa levantar dados do produtor de cana, os hábitos de consumo, produção, entre outras informações. Já é de conhecimento que, hoje, a classe envolve 70 mil produtores, porém esse número é muito maior devido aos familiares que trabalham na cadeia, seus colaboradores e empregos indiretos.
O Raio-X deve confirmar também um outro dado que chama a atenção. Entre as propriedades rurais de cana-de-açúcar, 81% são vinculadas a micro e pequenos produtores com menos de 7 mil toneladas de cana, com seus níveis de tecnologia e apoio forte das cooperativas e associações nesse processo.
"Com o ‘Cana-X’ não só iremos mapear e enxergar claramente o nosso produtor, mas também proporcionar melhorias em toda a cadeia. Por meio do perfil mapeado do produtor de cana e sua importância para o agronegócio conseguiremos deixar claro quem ele é e como está inserido no agronegócio” explica o CEO da ORPLANA, José Guilherme Nogueira. “O levantamento ajudará na busca de incentivos para novos negócios, cultura e educação técnica para o produtor, além de fortalecer nossa luta por mais inclusão nas políticas públicas”, completa.
Entre os anseios que os produtores mais buscam atualmente junto ao Governo estão um acordo viável para o repasse financeiro dos CBIOs (Créditos de Descarbonização), dentro do programa RenovaBio; a inclusão dos produtores de matéria-prima nas políticas relacionadas à transição energética e biocombustíveis; e também a melhora na precificação da cana por parte do Consecana (Conselho de Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Etanol do Estado de São Paulo).
Investimentos e tecnologia
O estudo, que tem apoio da Coplana, Coplacana, Coopercitrus e Copercana, também abordará a satisfação em relação às cooperativas, associações e governo. Além de mapear como são realizados os investimentos em tecnologia, financiamentos para produção e compra de equipamentos, tamanho do mercado e como os produtores estão se preparando e conduzindo um tema recorrente: a sucessão familiar.
Do que já foi levantado, o Raio-X aponta que a concentração da produção de cana está no Centro Sul do Brasil e cerca de 82% dos produtores declararam fazer rotação de cultura com grãos.
“Esse é um amplo diagnóstico que mostrará todas as características do produtor de cana, como também o seu planejamento e ações no campo, questões relacionadas a produção, aspectos técnicos, sustentabilidade e aquisição de insumos. É a formação de uma grande base de dados e que será apresentado durante o Cana Summit”, revela Haroldo Torres, gestor de projetos do PECEGE.