Com balança em superávit, o que esperar do agro em 2024?

Para aproveitar as oportunidades que surgirão com a onda de crescimento, especialista comenta sobre oportunidades de investimento e tendências para o

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Impulsionada pelo desempenho do agronegócio, a balança comercial brasileira alcançou um saldo recorde em 2023, atingindo US$ 98,8 bilhões. Segundo os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o crescimento foi de 60,6% em relação a 2022, que acumulou US$ 61,5 bilhões.

Em comparação com o ano anterior, o principal setor em destaque foi a agropecuária, registrando um crescimento de US$ 6,7 bilhões — equivalente a um aumento de 9%. Em seguida, está o setor de Indústria Extrativa, com um crescimento de US$ 2,64 bilhões (3,5%). As exportações também bateram recorde, registrando US$ 339,7 bilhões.

Segundo Jennifer Chen, CEO e fundadora da JC Capital, especialista em captação de recursos, a agropecuária se destacou no último ano, trazendo muitas oportunidades de negócios. “O mercado internacional se abriu para o Brasil como nunca, principalmente pela força das nossas commodities”, explica Chen.

A especialista ainda destaca o papel fundamental do agronegócio paulista, que também registrou superávit de US$ 23,34 bilhões em 2023 — valor recorde da série histórica —, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA). “O estado de São Paulo sozinho foi responsável por 40% das exportações no total do Brasil, revelando o seu grande impacto na economia do país.”

Segundo Jennifer, é importante destacar que 2024 também terá seus obstáculos, como a situação climática e as altas taxas de juros no mercado. No entanto, existem soluções para lidar com essas questões sem perder as oportunidades que surgirão com a onda de crescimento. “Os produtores têm muitas alternativas para se preparar para o ano de 2024 — seja para manter sua produção ou para expandir seus negócios.”

Opções de investimento

Considerando o cenário para 2024, a especialista comenta sobre os recursos que podem auxiliar os produtores rurais nessa nova fase. O Plano Safra 2023/2024,  por exemplo, ficou marcado como o maior da história, com quase R$ 365 bilhões em créditos e incentivo às práticas sustentáveis com melhores condições de financiamento. O programa do Governo Federal destina recursos para o crédito rural para produtores.

Além disso, com o Novo Pac, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) foi contemplada com R$ 983,4 milhões de investimento para serem utilizados nos próximos quatro anos, promovendo a competitividade científica e tecnológica do agro brasileiro. “Sabendo que o Brasil é um dos pioneiros neste setor de tecnologia, estes investimentos podem revolucionar o mercado agro no mundo”, afirma.

Por fim, outra solução para democratizar o acesso ao crédito privado por parte dos produtores rurais são os Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro). Apesar do ano difícil, a expectativa nesse mercado é que o montante registre um crescimento expressivo em 2024.

O que esperar do agro para 2024?

O agronegócio apresentou um crescimento expressivo nos últimos anos, conquistando seu protagonismo mundial. Além disso, o país se tornou um dos pioneiros em tecnologias para o setor, destacando sua presença no desenvolvimento de soluções de diversos tipos. Para 2024, a tendência é que o mercado agrotecnológico cresça ainda mais.

“A Inteligência Artificial, o uso de drones e a automação estão transformando o mercado, agilizando processos e oferecendo uma eficiência nunca vista antes”, destaca Jennifer. “Através do investimento em inovação e tecnologia, é possível otimizar toda a cadeia produtiva e reservar os recursos humanos para atividades mais complexas e estratégicas.”

Outra tendência para 2024 é a potência da aplicação do ESG como atrativo para investidores. “Com a preocupação ambiental crescente, adotar os critérios do ESG em uma operação pode trazer inúmeros benefícios para um produtor — desde a melhora no bem-estar de seus profissionais e redução do impacto ecológico, até o acesso a investimentos limitados e exclusivos”, ressalta a especialista.

Além disso, a demanda dos consumidores que priorizam produtos provenientes de práticas agrícolas ecologicamente responsáveis não para de crescer. “Frente ao cenário ambiental, a preocupação com a sustentabilidade deixou de ser um diferencial para se tornar uma responsabilidade.”

Por fim, Chen reforça que o ano de 2024 trará desafios para o mercado agro, porém, acredita que as oportunidades de crescimento e expansão também são reais e expressivas. “Existem diversas tendências que estão ganhando cada vez mais potência no universo do agronegócio e essas são as principais apostas para este ano. Os desafios estarão presentes, claro, mas acredito que as oportunidades são muitas e, se bem aproveitadas, podem render frutos valiosos para os empresários”, conclui a CEO da JC Capital.

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