A moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de novembro registrou crescimento de 32,09%, na comparação com o mesmo período do ciclo passado. Foram processadas 34,77 milhões de toneladas contra 26,32 milhões. No acumulado da safra 23/24, a moagem atingiu 595,4 milhões, ante 517,79 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 22/23 – avanço de 14,99%.
Finalmente o atual ciclo agrícola superou, em termos de quantidade de matéria-prima processada, a safra 2020/2021. Ao término da primeira metade de novembro a moagem excede em 9,24 milhões de toneladas àquela que fora observada nesse mesmo período em 2020. No ritmo atual, parece certo de que ao término do mês de novembro a cana-de-açúcar processada na região Centro-Sul terá ultrapassado a marca de 605 milhões de toneladas e, portanto, o processamento das unidades nos meses que procedem, até o término da safra, servirão de incremento a essa marca. Permanece, contudo, a dúvida de quanto será possível as unidades produtoras alongarem seu período de operação, sem que o aumento das chuvas prejudique a colheita e, não menos importante, sem exaurir o tempo necessário para uma adequada manutenção de entressafra – o que traria possíveis quebras no ano seguinte.
A respeito da produtividade agrícola, dados do Centro de Tecnologia Canavieira para o mês de outubro registraram um rendimento agrícola de 77,5 toneladas por hectare colhido – aumento de 14,5% em relação ao ano de 2022. No acumulado do atual ciclo agrícola, o indicador atinge 89,3 ton/ha (+21,3%).
Operaram na primeira quinzena de novembro 238 unidades produtoras na região Centro-Sul, sendo 222 unidades com processamento de cana, oito empresas que fabricam etanol a partir do milho e nove usinas flex. No mesmo período, na safra 22/23, operaram 208 unidades produtoras. Nesta quinzena, 25 unidades encerram a moagem, enquanto no acumulado já se contabilizam 50 unidades. No ciclo anterior, até 15 de novembro, 121 usinas haviam terminado com seu período de processamento.
O número de unidades paralisadas é superior nos estados de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso – relativo ao número de usinas que operam nessas regiões – do que São Paulo e Mato Grosso do Sul. Não por acaso, esses dois últimos obtiveram o maior crescimento na moagem na última quinzena em função dessa condição.
No que condiz à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na primeira quinzena de novembro foi de 132,69 kg por tonelada de cana-de-açúcar, contra 137,18 kg por tonelada na safra 22/23 – variação negativa de 3,28%. No acumulado da safra, o indicador marca o valor de 140,59 kg de ATR por tonelada (-0,4%).
Produção de açúcar e etanol
Foto divulgação: Diário do comercio
A produção de açúcar
na primeira metade de novembro totalizou 2,19 milhões de toneladas. Essa quantidade, quando comparada àquela registrada na safra 22/23 de 1,67 milhão de toneladas, representa aumento de 32,09%. No acumulado desde 1º de abril, a fabricação do adoçante totaliza 39,41 milhões de toneladas, contra 32,02 milhões de toneladas do ciclo anterior (+23,10%). Com o encerramento da safra se aproximando, as usinas anexas têm ganhado representatividade no processamento da cana-de-açúcar o que, por consequência, tem causado um aumento do mix de produção açucareiro da região Centro-Sul como um todo.
Na primeira quinzena de novembro, 1,64 bilhão de litros (+28,92%) de etanol foram fabricados pelas unidades do Centro-Sul. Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 989,05 milhões de litros (+65,18%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 648,76 milhões de litros (-3,41%). No acumulado desde o início do atual ciclo agrícola até 16 de novembro, a fabricação do biocombustível totaliza 28,62 bilhões de litros (+10,95%), sendo 16,93 bilhões de etanol hidratado (+12,55%) e 11,68 bilhões de anidro (+8,69%).
Da produção total de etanol registrada na primeira quinzena de novembro, 17% foram provenientes do milho, cuja produção foi de 279,8 milhões de litros neste ano, contra 188,79 milhões de litros no mesmo período do ciclo 22/23 – aumento de 48,21%. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 3,79 bilhões de litros – avanço de 42,80% na comparação com igual período do ano passado.
Vendas de etano
Na primeira quinzena de novembro, as vendas de etanol totalizaram 1,26 bilhão de litros, o que representa aumento de 10,83% em relação ao mesmo período da safra 22/23. O volume comercializado de etanol anidro no período foi de 486,43 milhões de litros – queda de 2,28% – enquanto o etanol hidratado registrou venda de 775,76 milhões de litros – crescimento de 21,01%.
No mercado doméstico, as vendas de etanol hidratado na primeira metade de novembro totalizaram 764,65 milhões de litros – variação de 19,94% em relação ao ano passado. Dados de preços de revenda publicados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para a semana que se encerrou em 18/11 indicam que nas cidades correspondentes a 63% do consumo nacional de combustíveis, o etanol hidratado tem apresentado paridades atrativas. No estado de São Paulo esse percentual atinge 100% do consumo. A respeito das vendas de etanol anidro, o volume comercializado foi de 455,80 milhões de litros, o que representa uma variação negativa de 2,45%.
No acumulado da safra 23/24, a comercialização de etanol soma 19,48 bilhões de litros, representando um aumento de 4,75%. O hidratado compreende uma venda no volume de 11,46 bilhões de litros (+5,52%), enquanto o anidro de 8,02 bilhões (+3,67%).
Mercado de CBios
Dados da B3 registrados até o dia 23 de novembro indicam a emissão de 31,07 milhões de CBios em 2023. Em posse da parte obrigada do programa RenovaBio há cerca de 25,35 milhões de créditos de descarbonização. Esse valor considera o estoque de passagem da parte obrigada em 2021 somada com os créditos adquiridos em 2022 e 2023, até o momento, subtraída a meta referente ao ano de 2022.
Fonte Unica
Foto Capa Divulgação