A moagem de cana-de-açúcar na segunda quinzena de agosto registrou crescimento de 5,22%, na comparação com o mesmo período do ciclo passado. Foram processadas 46,52 milhões de toneladas contra 44,21 milhões. No acumulado da safra 23/24, a moagem atingiu 406,64 milhões, ante 366,69 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 22/23 – avanço de 10,9%.
Na segunda quinzena de agosto permanecem em operação 261 unidades produtoras na região Centro-Sul, sendo 244 unidades com processamento de cana, sete empresas que fabricam etanol a partir do milho e nove usinas flex. No mesmo período, na safra 22/23, havia 259 unidades produtoras em atividade.
No que condiz à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na segunda quinzena de agosto foi de 153,93 kg por tonelada de cana-de-açúcar, contra 154,26 kg por tonelada na safra 22/23 – variação negativa de 0,21%. No acumulado da safra, o indicador marca o valor de 137,24 kg de ATR por tonelada (-0,57%).
Produção de açúcar e etanol
A produção de açúcar na segunda quinzena de agosto totalizou 3,46 milhões de toneladas. Essa quantidade, quando comparada àquela registrada na safra 22/23 de 3,15 milhões de toneladas, representa aumento de 9,95%. No acumulado desde 1º de abril, a fabricação do adoçante totaliza 26,15 milhões de toneladas, contra 21,78 milhões de toneladas do ciclo anterior (+20,03%).
Na segunda metade de agosto, 2,31 bilhões de litros (+2,17%) de etanol foram fabricados pelas unidades do Centro-Sul. Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 1,42 bilhão de litros (+8,13%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 889,73 milhões de litros (-6,08%). No acumulado desde o início do atual ciclo agrícola até 1º de setembro, a fabricação do biocombustível totaliza 19,10 bilhões de litros (+6,26%), sendo 11,17 bilhões de etanol hidratado (+1,61%) e 7,92 bilhões de anidro (+13,6%).
Da produção total de etanol registrada na segunda quinzena de agosto, 10% foram provenientes do milho, cuja produção foi de 237,27 milhões de litros neste ano, contra 197,44 milhões de litros no mesmo período do ciclo 22/23 – aumento de 20,17%. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 2,47 bilhões de litros – avanço de 46,28% na comparação com igual período do ano passado.
Vendas de etanol
No mês de agosto, as vendas de etanol totalizaram 2,95 bilhões de litros, o que representa uma variação positiva de 9,14% em relação ao mesmo período da safra 22/23. O volume comercializado de etanol anidro no período foi de 1,15 bilhão de litros – uma queda de 5,02% – enquanto o etanol hidratado registrou venda de 1,80 bilhão de litros – avanço de 20,57%.
No mercado doméstico, as vendas de etanol hidratado na segunda quinzena de agosto seguiram a tendência ascendente iniciada na primeira metade do mês, totalizando 1,61 bilhão de litros em agosto – variação de 15,35% em relação ao ano passado. No caso do etanol anidro, o movimento foi no sentido contrário, com uma variação negativa em 6,84%, resultando em um volume de 1 bilhão de litros. O dado de venda das distribuidoras em agosto, divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ao final de setembro, poderá confirmar a robustez do consumo final do biocombustível sinalizado por essa variável precedente, que é a saída dos produtores. No ano de 2023, o etanol hidratado representou, até julho, 17,50% da matriz de combustíveis nacional, em conteúdo energético. Há de se esperar um incremento nesse indicador advindo da maior competitividade conquistada pelo biocombustível no último mês.
No acumulado da safra 23/24, a comercialização de etanol soma 12,58 bilhões de litros, o que representa um aumento de 2,7%. O álcool hidratado compreende uma venda no volume de 7,09 bilhões de litros (-2,36%), enquanto o anidro de 5,48 bilhões (+10,08%).
Mercado de CBios
Dados da B3 registrados até o dia 8 de setembro indicam a emissão de 22,18 milhões de CBios em 2023. Até a data supracitada, a parte obrigada do programa RenovaBio havia adquirido cerca de 54,91 milhões de créditos de descarbonização. Esse valor considera o estoque de passagem da parte obrigada em 2021 somada com os créditos adquiridos em 2022 e 2023, até o momento, estejam eles ativos ou aposentados. O horizonte temporal selecionado cobre as aquisições que compreenderão os créditos utilizados para atendimento das metas de 2022, cujo prazo havia sido postergado, e 2023.
Cabe destacar que o prazo para cumprimento da meta referente ao ano de 2022 se encerra em 30 de setembro. As aposentadorias realizadas até o momento cobrem o equivalente a 94% da meta estabelecida para o ano em questão, cujo intervalo para cumprimento atingirá 21 meses, ante os 12 inicialmente previstos. O estoque em posse das distribuidoras indica que, ao menos de forma agregada, não haverá nenhum problema para o pleno cumprimento da obrigação com o Programa, até o prazo final.