Com investimentos de aproximadamente R$ 1,4 bilhão, a Copasul lancou hoje (7 ) a pedra fundamental da Unidade Industrial de Processamento de Soja no terreno ao lado da Fecularia da cooperativa, às margens da Rodovia BR-163, em Naviraí. Os recursos serão investidos na construção das estruturas e ampliação da capacidade de armazenamento de grãos para atender a própria demanda. A meta é que a fábrica esteja operando em dois anos.
O evento de lançamento da nova unidade contou com a presença de autoridades, entre elas o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência Tecnologia e Inovação (Jaime Verruck), o secretário da Casa Civil Eduardo Rocha, a prefeita de Naviraí Rhaiza Matos, conselheiros e diretores da cooperativa e demais lideranças do agronegócio, cooperados e membros da comunidade.
A Unidade Industrial de Processamento de Soja vai gerar 150 empregos diretos e cerca de 1.900 indiretos quando a indústria estiver em pleno funcionamento, uma geração de renda,
em salários, da ordem de R$ 4,2 milhões por ano. O empreendimento deve adicionar, ainda, R$ 3 bilhões ao PIB de Mato Grosso do Sul e recolher R$ 230 milhões em impostos anuais
para os cofres públicos.
A indústria vai produzir óleo bruto, farelo de soja e casca peletizada e terá capacidade para processar 3 mil toneladas, ou 50 mil sacas de soja por dia, além de armazenar nas próprias instalações 150 mil toneladas de soja em grão, 70 mil toneladas de farelo, 10 mil toneladas de óleo degomado bruto e 3,6 mil toneladas de casca. Entre os principais destinos para os produtos estão a fabricação de biodiesel, de rações e refino de óleo, além do mercado de exportações.
Quando estiver em funcionamento, a unidade representará um aumento de 20% da capacidade de processamento de soja pelo estado de Mato Grosso do Sul, que vai saltar de 14,5 mil toneladas para 17,5 mil toneladas diárias.
"Começou o segundo tempo da Copasul. Estamos aqui lançando o sonho do meu pai. Ele já previa que fossemos crescer. E são nossos associados e o apoio dos governantes que vão nos ajudar a crescer"' , destacou o presidente sa Copasul Gervásio Kamitani, filho do fundador Sakai Kamitani.
Para o secretário Jaime Verruck, olhar para este empreendimento é vislumbrar o futuro de Mato Grosso do Sul. "O empreendimento promove o adensamento da cadeia da soja agregando valor ao produto dentro do Estado. Esta é uma prioridade do Governo Riedel", citou Verruck. Ele salientou, ainda, a importância do setor na economia estadual. "Hoje o Cooperativismo representa mais de 10% do PIB estadual e mais de 50% dos investimentos em Mato Grosso do Sul", acrescentou.
CONSTRUINDO O FUTURO
A indústria é um sonho antigo do próprio fundador da cooperativa, senhor Sakae Kamitani. Em um de seus manuscritos, datado do início dos anos 2000, ele prenunciou a construção
da unidade. “Nós devemos construir a moagem de soja para extrair óleo e produzir farelo de soja para ração e exportar. [...] Assim, nós podemos comercializar não só grão, entramos na comercialização de óleo e farelo de soja, conseguindo melhor preço para os agricultores”, consta no manuscrito.
Com efeito, entre os objetivos da construção da indústria está a agregação de valor para o cooperado, a manutenção da competitividade da cooperativa no longo prazo e proteção ao risco climático no desempenho do negócio.
A Unidade Industrial de Processamento de Soja da Copasul é uma parte essencial do planejamento da cooperativa para atingir a meta de R$ 10 bilhões em faturamento anual até 2026, representando uma fatia de 30% deste total.
"Estamos otimistas com a nossa fábrica e sabemos da importância desta obra pro seo Sakai. Por isso, decidimos que a pedra fundamental que está sendo instalada hoje tem a altura do seo Sakai. Para que sempre nos lembremos dele" , declarou emocionado o presidente executivo da Copasul, Adroaldo Taguti.
ESTRUTURA
A Unidade Industrial de Processamento de Soja da Copasul ficará às margens da Rodovia BR 163, no Km 142,5, ao lado da Fecularia da cooperativa, localizada a 22 km do centro de Naviraí. O terreno da indústria tem uma área total de 484 hectares, dos quais 115 hectares são destinados ao projeto como um todo e, destes, 42 hectares serão dedicados estritamente à área industrial. Além da indústria, a unidade terá estacionamento para caminhões, escritório, refeitório e vestiários, laboratório, oficinas de manutenção, pátio de biomassa, balanças rodoviárias, área de embarque de farelo e óleo, estação de tratamento de efluentes e uma subestação de entrada em alta tensão.
Além dos investimentos de R$ 1,013 bilhão na indústria, em si, a cooperativa vai investir outros R$ 336 milhões em melhorias no fluxo de recebimentos de grãos e ampliação da capacidade de armazenamento em suas unidades de silos em Amandina, Anaurilândia, Deodápolis, Itaquiraí, Maracaju, Naviraí e Novo Horizonte do Sul.
Confira os dados do projeto
● Processamento da produção de 300.000 hectares de soja por ano;
● Produção de 944,23 mil ton de produtos por ano;
● Consumo de 210 mil toneladas de cavaco de eucalipto por ano, ou 1.000 ha/ano;
● Custo de fretes na casa dos R$ 347 milhões por ano;
● Custos com insumos, manutenções e despesas com serviços e produtos em R$ 31 milhões por ano.
Texto: Rosana Siqueira
Fotos: Mairinco de Pauda