Na primeira quinzena de junho foram processadas 40,3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar ante a 38,67 milhões no mesmo período da safra 22/23 – o que representa avanço de 4,2%. No acumulado da safra 23/24, a moagem atingiu 166,31 milhões de toneladas, ante 146,06 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo passado – um avanço de 13,87%.
Dados do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) indicam que, no mês de maio, a produtividade dos canaviais no Centro-Sul foi de 95,3 toneladas de cana por hectare colhido. Esse valor representa acréscimo de 26,23% diante do mesmo período da safra 22/23 e reflete o regime de chuvas favorável registrado nos meses de verão. Vale destacar, todavia, que o salto extraordinário observado também se deve a priorização da colheita de lavouras de primeiro corte. Com o avanço da colheita para áreas a partir do segundo corte, é esperado que o crescimento de produtividade seja amenizado.
Quanto ao avanço constatado no processamento de cana em relação à safra passada, vale ponderar que quando comparada à safra 20/21 há uma defasagem próxima a 21 milhões de toneladas – variação negativa em 11,2%. Naquele ciclo de colheita foram processados, até 16 de junho, 187,28 milhões de toneladas.
Na primeira metade de junho, oito unidades deram início à safra 23/224. Ao término da quinzena, permanecem em operação 253 unidades no Centro-Sul, sendo 239 unidades com processamento de cana-de-açúcar, sete empresas que fabricam etanol a partir do milho e sete usinas flex. No mesmo período, na safra 22/23, havia 257 unidades produtoras em atividade.
No que condiz à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na primeira quinzena de junho foi de 135,65 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar, contra 131,02 kg por tonelada na safra 22/23 – variação positiva de 3,54%. No acumulado da safra, o indicador marca o valor de 127,20 kg de ATR por tonelada (+2,15%).
Produção de açúcar e etanol
A produção de açúcar na primeira quinzena de junho totalizou 2,55 milhões de toneladas. Essa quantidade, quando comparada à safra 22/23 de 2,15 milhões de toneladas, representa aumento de 18,71%. No acumulado desde 1º de abril, a fabricação do adoçante totaliza 9,53 milhões de toneladas, contra 7,21 milhões de toneladas do ciclo anterior (+32,13%).
Na primeira metade de junho, 1,86 bilhão de litros (+1,75%) de etanol foram fabricados pelas unidades do Centro-Sul. Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 1 bilhão de litros (-6,88%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 854,91 milhões de litros (+14,17%). No acumulado desde o início do atual ciclo agrícola até 1º de junho, a fabricação do biocombustível totalizou 7,67 bilhões de litros (+9,3%), sendo 4,43 bilhões de etanol hidratado (-4,73%) e 3,23 bilhões de anidro (+36,93%).
Do total de etanol obtido na primeira quinzena de junho, 12% foram fabricados a partir do milho, registrando produção de 225,16 milhões de litros neste ano, contra 176,55 milhões de litros no mesmo período do ciclo 22/23 – aumento de 27,54%. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 1,13 bilhão de litros – avanço de 46,56% na comparação com igual período do ano passado.
Vendas de etanol
Na primeira quinzena de junho, as vendas de etanol totalizaram 1,2 bilhão de litros, variação positiva de 4,1% em relação ao mesmo período da safra 22/23. Por mais uma quinzena o cenário foi familiar ao das que a precederam, o qual comportou variações negativas para o volume de hidratado e positivas para o anidro. Para o primeiro, o volume comercializado até 15 de junho foi de 667,54 milhões de litros – uma retração de 5,34% – e, para o último, 534,55 milhões de litros – avanço de 18,92%.
No mercado interno, o volume de etanol hidratado totalizou 614,13 milhões de litros, o que significa queda de 11,18% em relação ao mesmo período da safra anterior. A venda de etanol anidro atingiu a marca de 516,62 milhões de litros, crescimento de 22,78%.
No acumulado da safra 23/24, a comercialização de etanol soma 5,7 bilhões de litros, queda de 0,39%. O hidratado compreende uma venda no volume de 3,19 bilhões de litros (-11,09%), enquanto o anidro de 2,52 bilhão (+17,53%).
Mercado de CBios
Dados da B3 registrados até o dia 23 de junho indicam a emissão de 15,59 milhões de CBios em 2023. Até a data supracitada, a parte obrigada do programa RenovaBio havia adquirido cerca de 50,02 milhões de créditos de descarbonização. Esse valor considera o estoque de passagem da parte obrigada em 2021 somada com os créditos adquiridos em 2022 e 2023, até o momento, estejam eles ativos ou aposentados. O horizonte temporal selecionado cobre as aquisições que compreenderão os créditos utilizados para atendimento das metas de 2022, cujo prazo havia sido postergado, e 2023.
Fonte: Unica
Foto: RPANews