No primeiro trimestre de 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,9% em relação ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. Frente ao mesmo trimestre de 2022, o PIB cresceu 4,0%. No acumulado dos quatro últimos trimestres, o PIB subiu 3,3% ante os quatro trimestres imediatamente anteriores.
Período de comparação Indicadores
PIB AGROP INDUS SERV FBCF CONS. FAM CONS. GOV
Trimestre / trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal) 1,9% 21,6% -0,1% 0,6% -3,4% 0,2% 0,3%
Trimestre / mesmo trimestre do ano anterior (sem ajuste sazonal) 4,0% 18,8% 1,9% 2,9% 0,8% 3,5% 1,2%
Acumulado em quatro trimestres / mesmo período do ano anterior (sem ajuste sazonal) 3,3% 6,0% 2,4% 3,9% 2,7% 4,5% 0,9%
Valores correntes no 1º trimestre (R$) 2,6 trilhões 259,7 bilhões 508,9 bilhões 1,5 trilhão 451,6 bilhões 1,6 trilhão 416,0 bilhões
Taxa de investimento (FBCF/PIB) no 1° trimestre de 2023 = 17,7%
Taxa de Poupança (POUP/FBCF) no 1º trimestre de 2023 = 18,1%
Em valores correntes, o PIB no primeiro trimestre de 2023 totalizou R$ 2,6 trilhões, sendo R$ 2,2 trilhões referentes ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos e R$ 317,1 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
No primeiro trimestre de 2023, a taxa de investimento foi de 17,7% do PIB, abaixo da observada no mesmo período de 2022 (18,4%). Já a taxa de poupança foi de 18,1%, acima da taxa registrada no mesmo período de 2022 (17,4%).
PIB avança de 1,9% em relação ao trimestre imediatamente anterior
O PIB cresceu 1,9% na comparação do primeiro trimestre de 2023 contra o quarto trimestre de 2022, na série com ajuste sazonal. Houve alta na Agropecuária (21,6%) e nos Serviços (0,6%) e estabilidade na Indústria (-0,1%).
Entre as atividades industriais, houve queda em Construção (-0,8%) e Indústrias de Transformação (-0,6%). Já os desempenhos positivos ocorreram em Indústrias Extrativas (2,3%) e Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (1,7%).
Principais resultados do PIB a preços de mercado do
1º Trimestre de 2022 ao 1º Trimestre de 2023 (%)
Taxas (%) 2022.I 2022.II 2022.III 2022.IV 2023.I
Acumulado ao longo do ano / mesmo período do ano anterior 2,4 3,1 3,2 2,9 4,0
Últimos quatro trimestres / quatro trimestres imediatamente anteriores 5,2 3,2 3,0 2,9 3,3
Trimestre / mesmo trimestre
do ano anterior 2,4 3,7 3,6 1,9 4,0
Trimestre / trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal) 1,0 1,1 0,5 -0,1 1,9
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais
Nos Serviços, houve crescimento em Transporte, armazenagem e correio (1,2%), Intermediação financeira e seguros (1,2%) e Administração, saúde e educação pública (0,5%), além de variações positivas no Comércio (0,3%) e Atividades imobiliárias (0,3%). Por outro lado, houve quedas em Informação e comunicação (-1,4%) e em Outros serviços (-0,5%).
Pela ótica da despesa, a Despesa de Consumo das Famílias (0,2%) e a Despesa de Consumo do Governo (0,3%) mostraram variações positivas, enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo (-3,4%) recuou.
No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços tiveram variação negativa de 0,4% ao passo que as Importações de Bens e Serviços caíram 7,1% ante o quarto trimestre de 2022.
PIB cresce 4,0% frente ao 1º trimestre de 2022
Quando comparado a igual período do ano anterior, o PIB cresceu 4,0% no primeiro trimestre de 2023. O Valor Adicionado a preços básicos apresentou elevação de 4,1% e os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios avançaram em 3,0%.
A Agropecuária cresceu 18,8% em relação a igual período do ano anterior. Este resultado pode ser explicado pelo bom desempenho de produtos da lavoura com safra relevante no primeiro trimestre e pela produtividade. Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE), a soja, principal cultivo, apresentou ganho de produtividade e crescimento expressivo na produção anual, estimada em 24,7%. Com exceção do arroz (-7,5%), outras culturas com safra relevante nesse trimestre também apontaram crescimento na produção anual e ganho de produtividade, como milho (8,8%), fumo (3,0%) e mandioca (2,1%).
A Indústria subiu 1,9%. As Indústrias Extrativas (7,7%) registraram o melhor resultado, sendo afetadas pela alta tanto da extração de petróleo e gás como de minério de ferro. Houve destaque também na atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (6,4%) com a melhoria das condições hídricas. A Construção (1,5%), por sua vez, teve sua décima alta consecutiva, porém em desaceleração, já que a massa salarial real do setor cresceu, mas os insumos típicos da construção estão em queda em relação ao ano anterior.
A Indústria de Transformação (-0,9%) foi a única com resultado negativo, sendo seu resultado influenciado, principalmente, pela queda na fabricação de produtos químicos; metalurgia; fabricação de produtos de madeira; fabricação de produtos de minerais não metálicos e de máquinas e equipamentos.
O valor adicionado dos Serviços cresceu 2,9% ante o mesmo período do ano anterior. Todas as suas atividades apresentaram alta: Informação e comunicação (6,8%), Transporte, armazenagem e correio (5,1%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (4,6%), Outras atividades de serviços (4,3%), Atividades Imobiliárias (2,8%), Comércio (1,6%) e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,4%).
No primeiro trimestre de 2023, a Despesa de Consumo das Famílias registrou alta de 3,5%. Esse resultado foi influenciado pelo aumento na massa salarial real, no aumento do crédito e a inflação em patamares menores. A Despesa de Consumo do Governo também apresentou elevação (1,2%). Além disso, a variação de estoques cresceu 24% em termos nominais, nesse primeiro trimestre contra o mesmo período do ano anterior, também contribuindo positivamente para o crescimento.
A Formação Bruta de Capital Fixo avançou 0,8% no primeiro trimestre de 2023. O crescimento das importações de bens de capital e o desempenho positivo da construção suplantaram a queda na produção interna de bens de capital.
No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços apresentaram alta de 7,0%, enquanto as Importações de Bens e Serviços avançaram 2,2% no primeiro trimestre de 2023. Dentre as exportações de bens, aqueles setores que com maior contribuição positiva foram: extração de petróleo e gás; produtos alimentícios; extração de minerais; derivados do petróleo e serviços. Na pauta de importações de bens, a alta se deu principalmente por: derivados do petróleo; extração de minerais não metálicos; indústria automotiva e serviços.
PIB cresce 3,3% no acumulado em quatro trimestres
O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em março de 2023 apresentou crescimento de 3,3% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Esta taxa resultou do avanço de 3,4% do Valor Adicionado a preços básicos e de 2,7% nos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios. O resultado do Valor Adicionado neste tipo de comparação decorreu dos seguintes desempenhos: Agropecuária (6,0%), Indústria (2,4%) e Serviços (3,9%).
Todas as atividades industriais apresentaram crescimento: Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (9,4%), Construção (5,3%), Indústria da Transformação (0,6%) e Indústrias Extrativas (0,5%).
Nos Serviços, houve resultados positivos em todas as atividades: Outras atividades de serviços (9,1%), Transporte, armazenagem e correio (7,5%), Informação e comunicação (5,7%), Atividades imobiliárias (2,8%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,8%), Comércio (1,8%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,7%).
Na análise da demanda, a Despesa de Consumo das Famílias, a Despesa de Consumo do Governo e a Formação Bruta de Capital Fixo cresceram 4,5%, 0,9% e 2,7%, respectivamente. Já no âmbito do setor externo, as Exportações de Bens e Serviços cresceram 5,2%, enquanto as Importações de Bens e Serviços apresentaram elevação de 4,2%.
Taxa de Investimento foi de 17,7% no 1º trimestre
A taxa de investimento no primeiro trimestre de 2023 foi 17,7% do PIB, permanecendo abaixo do observado no mesmo período do ano anterior (18,4%). Já a taxa de poupança ficou em 18,1% no trimestre (ante 17,4% no mesmo período de 2022).
A Necessidade de Financiamento alcançou, no primeiro trimestre de 2023, R$ 48,3 bilhões contra R$ 69,8 bilhões no mesmo período do ano anterior. A redução da Necessidade de Financiamento é explicada, principalmente, pelo aumento de R$ 27,1 bilhões do resultado positivo do Saldo Externo de Bens e Serviços e pelo aumento de R$ 3,5 bilhões do envio líquido de Rendas de Propriedade.
Fonte: IBGE
Foto divulgação: Famasul