Mato Grosso do Sul está entre os Estados brasileiros que já adotaram medidas consideradas consistentes e eficazes para combater os efeitos das mudanças climáticas. A conclusão é da Câmara Técnica do Clima da Abema (Associação Brasileira das Entidades do Meio Ambiente), que apresentou um balanço da situação de cada unidade da Federação no que tange aos esforços para cumprir as metas estabelecidas pela política climática do Brasil. A Abema reúne representantes das secretarias e órgãos ambientais de todos os Estados em Brasília, nessa terça-feira (14), em evento de trabalho com a presença de diversas autoridades nacionais e convidados estrangeiros.
A Câmara Técnica do Clima dividiu os estados brasileiros em três grupos, quanto ao estágio de desenvolvimento das medidas para conter as mudanças climáticas: aqueles que ainda não iniciaram o trabalho (o menor grupo), os que precisam consolidar as ações (o grupo maior) e os que estão prontos para decolar porque todo o arcabouço legal e os programas necessários já foram implantados. Mato Grosso do Sul figura nesse último grupo, ao lado dos Estados do Sul e do Sudeste do Brasil, de Pernambuco e do Distrito Federal.
“Isso nos coloca em outro patamar de ação e reivindicação. Estamos discutindo um trabalho multi-nível para ampliar e consolidar as medidas já adotadas, visando o cumprimento das metas”, disse o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, que participa da reunião da Abema. Também estão no evento o diretor-presidente do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), André Borges, e a assessora da Sub-secretaria de Meio Ambiente da Semadesc, Andreliz Souza.
O Governo do Estado estabeleceu a meta de transformar Mato Grosso do Sul em “Estado Carbono Neutro” até 2030 e direciona todos os programas, projetos e ações públicos nesse sentido, lembra Verruck. “No âmbito da Semadesc temos os Programas Proclima e Prosolo, com intervenções diretas visando neutralizar a emissão de carbono; recentemente lançamos o Fundo PróClima que recepciona e direciona recursos para projetos dessa natureza, divulgamos o inventário de carbono para orientar a adequação das atividades econômicas e todas as ações do Governo precisam ter esse olhar sustentável”, frisou.
A reunião do CT do Clima da Abema acontece durante toda a terça-feira no Hotel Cullinan Hplus Premium, em Brasília. Além de palestras, simpósios e mesas de discussões, na parte da tarde acontece uma reunião da Abema que discutirá a pauta da entidade para o ano. O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, fez uma apresentação mostrando como o Consórcio Brasil Verde (do qual Mato Grosso do Sul faz parte) pode apoiar na busca por recursos para os estados engajados nas ações de mitigação das mudanças climáticas.
O Consórcio Brasil Verde foi lançado por diversos governadores durante a 26° Conferência das Nações Unidas para a Mudança Climática (COP-26), realizada em Glasgow, na Escócia, em 2021. O objetivo é compatibilizar o desenvolvimento econômico-social com a proteção do sistema climático, de forma justa e ecologicamente equilibrada, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa, conservando os biomas, buscando o desenvolvimento de soluções energéticas limpas, dentre outros. O governador Eduardo Riedel coordena as ações e projetos do Pantanal no Consórcio.
Participaram da abertura do evento, pela manhã, a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos; o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro; o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, representando a ministra Marina Silva que não compareceu por motivos de saúde.
João Prestes
Foto capa: Eduardo Moody