A Fiems enviou um ofício ao senador Nelsinho Trad pedindo apoio com relação à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, de manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. A solicitação é de que o Senado interceda pelo setor empresarial, pois a medida apresentada na semana passada compromete a recuperação da atividade econômica.
Em resposta à Fiems, o senador Nelsinho Trad publicou em suas redes socias, nesta sexta-feira (10/02), um vídeo ponderando que a autonomia do Banco Central é muito bem-vinda. “Gera um equilíbrio entre aquele que foi instituído, debatido, sabatinado e aprovado pelo Congresso Nacional, e o governo que entra, seja ele qual for o campo ideológico. Isso se molda diante das economias de sucesso mundo afora. Qualquer alteração nessa questão é um retrocesso para a economia brasileira”, afirmou.
Para o parlamentar, é preciso compreender que todas as vezes em que se tem uma inflação controlada e baixa, e uma taxa de juros alta, há reflexos na vida da população. “Com isso, há aumento de juros no seu cheque especial, no seu cartão de crédito, para o empresário que fez empréstimo. Com isso, inibe o desenvolvimento, a geração de emprego e renda”, ressaltou.
Por isso, Nelsinho Trad defende uma discussão aberta sobre o tema. “Precisamos compreender e fazer com que a taxa de juros possa baixar, sim, e a inflação seja mantida sob controle, respeitando sempre o avanço que é a autonomia do Banco Central. É esse debate que nós vamos fazer aqui no Senado”, finalizou.
Na avaliação do presidente da Fiems, Sérgio Longen, a permanência da Selic em 13,75% ao ano inibe investimentos, reduzindo o crescimento, a geração de empregos e renda, e gera aumento do pagamento de juros da dívida pública e risco de ampliar ainda mais o nível de endividamento da população brasileira.
“A situação é preocupante porque, em razão da queda de vendas, natural nesse período do ano, as empresas ainda passam a ter dificuldade de pagamento. Diante desse cenário, temos pressionado nossos parlamentares para que nos ajudem a encontrarmos a solução. Veja que inflação na casa de 5% e juros na casa de 13% não combinam muito”, destacou Longen.