O setor de exportações de máquinas e equipamentos iniciou a agenda internacional de 2023 com boas perspectivas. Após participação brasileira na International Production and Processing Expo (Feira Internacional de Produção e Processamento) - IPPE, ocorrida entre 24 e 26 de janeiro, em Atlanta, Geórgia, nos Estados Unidos, há a estimativa de negócios em cerca de US$25 milhões.
Deste montante, US$16,2 milhões são de negociações realizadas durante o evento, além da estimativa de cerca de US$9,2 milhões em faturamento nos próximos 12 meses. Os dados são do Programa Brazil Machinery Solutions (BMS), fruto da parceria entre ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), que levou dez empresas nacionais para mostrarem suas novidades na IPPE 2023, considerada a maior exposição mundial de tecnologia, equipamentos, suprimentos e serviços usados na produção e processamento de ovos, carnes e aves, bem como na fabricação de ração animal, e que chega a sua 75ª edição, marcada pela forte presença brasileira deste e de outros setores.
Os números vêm de negociações com países considerados estratégicos para as exportações brasileiras, sendo que na América Latina estão Bolívia, Colômbia, Equador, México e Panamá. Entre Europa e Oriente Médio, os destaques são Dinamarca, Holanda, Arábia Saudita e Turquia – além dos Estados Unidos, sede do evento.
"Estes destinos são fundamentais para o crescimento exponencial das exportações de máquinas e equipamentos brasileiros. Por se tratar do primeiro evento do nosso calendário internacional, o volume de negócios obtidos na IPPE é satisfatório e terá forte impacto nos resultados da indústria ao longo do ano", afirma Paulo Guerra, Gerente de Relações Institucionais e Promoção Comercial da ABIMAQ.
A participação brasileira no evento contou com a presença das companhias Farenzena, Fornari, HighTech, Ibraflex, Lenke, Plasmetal, Tecmaes, Torfresma, Usitec Triel e Vantec. Com atuação expressiva dentro do mercado nacional, essas dez empresas apresentaram seus lançamentos, dentre máquinas, equipamentos e soluções que foram expostos no Pavilhão Brasil, promovido pelo Programa BMS.
ANÁLISE DE MERCADO DOS PRINCIPAIS DESTINOS
Entre os principais destinos de soluções, maquinários e tecnologias brasileiras estão os Estados Unidos, o segundo maior mercado consumidor de proteína animal no mundo, que atualmente tem participação de 12% nas exportações. A relação entre os dois países acontece, principalmente, em razão de diferenciais como o maquinário de baixo custo, a alta eficiência e a credibilidade no setor de proteína animal brasileira.
O Brasil é, historicamente, o principal parceiro comercial da Bolívia. Especificamente em relação ao setor de equipamentos para fabricação e processamento de proteína animal, trata-se do 7º país que mais importa maquinário brasileiro, representando 5% das nossas exportações. Em 2022, o país faturou 42% a mais em negócios internacionais com os bolivianos em comparação com 2021, totalizando mais de US$47 milhões.
Ainda na América Latina, México, Colômbia e Equador se destacam pela boa relação comercial com o Brasil e mantêm uma média constante nas exportações nos últimos anos. No ranking dos países que mais importam os equipamentos brasileiros, os três fazem parte do TOP 20, ocupando, respectivamente, o 9º, 11º e 17º lugar.
Já a retomada das missões bilaterais com a Turquia tem sido destaque nos últimos resultados das exportações de máquinas e equipamentos do setor. Entre 2018 e 2021, a média de faturamento em negócios realizados foi de US$1,3 milhão. Entretanto, em 2022, o país tornou-se um grande comprador brasileiro e as exportações atingiram US$13 milhões, com crescimento de 423% na comparação com o ano anterior.
Ainda na Europa, Dinamarca e Holanda costumavam estar entre os principais destinos dos equipamentos brasileiros, mas no ano de 2022 apresentaram queda acentuada na importação de maquinários para a fabricação e processamento de proteína animal. O mesmo aconteceu com a Arábia Saudita, no Oriente Médio. “Reatar os negócios internacionais para estes países é um sinal de início de retomada dos bons negócios em 2023, por este motivo, marcar presença em eventos mundiais, como a IPPE 2023, é essencial”, finaliza Paulo Guerra.