O momento do transporte rodoviário de cargas (TRC) para este ano promete ser bastante desafiador. Muitas empresas que compõem esse nicho de trabalho tendem a ter algumas incertezas do que o setor pode oferecer para essa temporada devido ao novo mandato político.
Apesar disso, em números, o setor assegura corresponder à altura ao ano 2022: segundo dados do Instituto de Geografia e Estatísticas (IBGE), o modal rodoviário cresceu cerca de 2,1% no primeiro semestre do ano passado em relação a 2021 – e as pretensões para esse ano são animadoras.
Franco Gonçalves, gerente administrativo da TKE Logística, localizada no sul de Santa Catarina, faz um balanço do que o cenário do transporte rodoviário de cargas pode oferecer: “É difícil elencarmos quais serão as principais mudanças apresentadas a respeito do TRC, visto que estamos passando por um momento de transição política, mas acredito que teremos um fomento ao consumo, o que poderá aumentar as movimentações de nossos veículos e os investimentos em tecnologia e especialmente em relação aos combustíveis de fontes renováveis”, descreve o executivo.
Ainda que se espere um posicionamento mais afetivo das lideranças governamentais em relação aos movimentos para o transporte em 2023, um dos focos que os empresários e empresas do setor vêm visando é a integração do Euro 6 – conjunto de normas regulamentadoras sobre emissão de poluentes para motores diesel e combustíveis renováveis, como o diesel verde. Além disso, contam com as práticas de governança ambiental, social e corporativa (ESG), que são práticas com as quais as empresas se comprometem em contribuir com à sustentabilidade do planeta.
Para Franco, apesar de serem apresentados os novos modelos da indústria automotiva com a integração do Euro 6, os altos valores desses implementos deixam mitigam os investimentos das transportadoras. “Por enquanto, não acredito que isso seja a maior novidade do ano. O valor dos veículos e financiamentos não estão animando grandes investimentos no momento, por isso penso que a digitalização e novos combustíveis chamarão mais atenção”, relata o gerente administrativo.
Quanto a sustentabilidade, o modal rodoviário vem se comportando diferente diante da responsabilidade em contribuir com o meio ambiente e de ser mais assertivo nessas questões. Esse tipo de transporte consome mais energia por unidade de carga transportada: são 30% do total de energia consumida em todo o mundo. Sua emissão de gases de efeito estufa chega a 8% do total de emissões de CO2 no planeta. Assim, existem diversas alternativas tecnológicas que dever ser levadas em consideração para mudar esse cenário.
Franco detalha o que a TKE Logística vem pensando internamente nos próximos meses para continuar correspondendo com essas iniciativas: “Continuaremos buscando trabalhar com o menor impacto possível ao meio ambiente, desenvolver nossa governança social com parcerias em projetos filantrópicos que apoiamos e aumentar a diversidade em nossa empresa. É um trabalho difícil, mas nosso objetivo é melhorar um pouco a cada ano”.
O começo de uma nova temporada é repleto de planejamentos e estratégias. Tratando-se de um segmento responsável pelo maior movimento de produtos, é preciso um olhar mais clínico e seguro para que não comprometam as economias do país.
“Internamente, continuaremos na busca por melhorias contínuas para atender cada vez melhor nossos colaboradores e parceiros. Em relação ao transporte em geral, acredito que precisamos nos debruçar na falta de profissionais disponíveis. Temos um envelhecimento médio dos motoristas, os mais jovens têm menos interesse na profissão e os custos para tornar-se estão bem altos. Dessa forma, precisamos entender de onde vem essa dificuldade e buscar novos métodos para mudar esse parâmetro”, finaliza Franco.
Foto: Divulgação/TKE Logística