A celebração do 66ª edição do Prêmio da Fundação Bunge foi realizada na última quinta-feira, 10 de novembro, em São Paulo, destacando pessoas que têm feito a diferença na construção de um futuro que une harmonicamente produção agropecuária, sustentabilidade e respeito aos seres humanos. A entrega da láurea foi feita em cerimônia na Fundação Maria Luisa e Oscar Americano e reforçou que é possível, além de necessária, essa união entre produzir e conservar.
A cerimônia foi aberta pela diretora-executiva da Fundação Bunge, Cláudia Buzzette Calais, lembrando que era o momento de celebrar os premiados por trabalhos tão importantes em áreas como crédito de carbono, agricultura regenerativa e uso sustentável da água nos solos. “Queremos receber os amigos para que, juntos, possamos celebrar os premiados desta noite”, cumprimentou Claudia.
Ela reforçou a importância de conservar a natureza e produzir alimentos ao mesmo tempo em que, também, considera o aspecto social deste ciclo. “Para nós da Fundação Bunge, é um prazer há mais de 67 anos não só privilegiar Ciências, Artes e Letras no País por meio deste prêmio, mas todos os projetos que temos também para o desenvolvimento socioeconômico dos municípios onde estamos inseridos”, lembrou sobre as ações que estão “sempre promovendo o desenvolvimento dessas comunidades no entorno das nossas unidades”.
Os instrumentos para esta missão de conservar e alimentar o mundo estão disponíveis e incluem iniciativas como a fixação de nitrogênio no solo, principal área de atuação da premiada Mariangela Hungria da Cunha, pesquisadora da Embrapa, Professora Doutora da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e membro da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo.
Premiada na categoria Vida e Obras, ela já desenvolveu diversas pesquisas sobre biodiversidade microbiana, microbiologia do solo e fixação biológica do nitrogênio. “Receber este prêmio é um momento mágico, é a coroação de uma vida de trabalho dedicada à sustentabilidade, trabalhando com os microrganismos, substituindo o uso de fertilizantes”.
Neste futuro, a inteligência artificial é peça-chave, como nos trabalhos de Carlos Alexandre Costa Crusciol, premiado por desenvolver pesquisas capazes de utilizar a tecnologia de hoje para garantir o solo de amanhã. Para o professor doutor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp – Botucatu), contemplado na categoria “Vida e Obra”, “é um retorno para a sociedade do que foi investido em nós”.
Muito por vir
Na categoria “Juventude” (até 35 anos), o Prêmio reconheceu Maurício Roberto Cherubin, professor doutor do Departamento de Ciência do Solo da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq-USP). “Esse prêmio significa muito para mim porque é um reconhecimento feito pelos pares pela nossa carreira, é o Oscar da nossa área de Ciências Agrárias. Estou muito feliz.”
A categoria “Juventude” reconheceu também Bernardo Moreira Cândido, Professor Doutor do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), por suas pesquisas para recuperar, equilibrar e conservar os solos. Para ele, ser premiado “é a confirmação de que estamos no caminho certo como pesquisadores. É uma honra ser reconhecido pelos pares, porque é uma premiação elaborada por pessoas da área. A gente se sente muito gratificado”.
Com 39 anos de carreira dedicados à Fundação Bunge, Carlos Lovatelli, presidente do Conselho Administrativo, celebrou o retorno presencial do evento e a importância de destacar os talentos das e dos cientistas brasileiros. “Celebrar a Ciência, acima de tudo, é celebrar a crença no Brasil. E nesta noite, em especial, a força do agronegócio brasileiro impulsionado pelos estudos desenvolvidos dentro das nossas universidades e institutos de pesquisa.”
Sobre o Prêmio
O Prêmio Fundação Bunge foi criado em 1955 para incentivar a inovação e disseminação de conhecimento, reconhecer profissionais que contribuem para o desenvolvimento da cultura e das ciências no Brasil, além de estimular novos talentos. Desde a sua criação, mais de 200 personalidades foram premiadas, entre elas os escritores Erico Veríssimo Daniel Munduruku, Hilda Hilst, Jorge Amado, Lygia Fagundes Telles, Manuel Bandeira, Rachel de Queiroz e Ruth Rocha, os arquitetos Oscar Niemeyer e Lucio Costa, o médico e pesquisados Carlos Chagas Filho, o artistas plásticos Emiliano Di Cavalcanti, Maria Bonomi e Regina Silveira, o sociólogo Gilberto Freyre, o jurista Miguel Reale, o físico Cesare Lattes, os educadores Anísio Teixeira e Paulo Freire, o crítico literário Antonio Candido, o filólogo Antônio Houaiss, o geógrafo Aziz Nacib Ab´Saber, engenheiro agrônomo Eurípedes Malavolta e os cientistas políticos Celso Lafer e Fernando Abrucio.
Sobre a Fundação Bunge
A Fundação Bunge, entidade social da Bunge no Brasil, há mais de 60 anos atua em diferentes frentes com o compromisso de valorizar pessoas e somar talentos para construir novos caminhos. Suas ações estabelecem uma relação entre passado, presente e futuro e são colocadas em práticas por meio da preservação da memória empresarial (Centro de Memória Bunge), do incentivo à leitura (Semear Leitores), do voluntariado corporativo (Comunidade Educativa), do desenvolvimento territorial sustentável (Comunidade Integrada) e do incentivo às ciências, letras e artes (Prêmio Fundação Bunge).