Os avanços sociais e ambientais com a adesão ao Protocolo Agroambiental Etanol Verde, em 2007, pelo setor sucroenergético e, consequentemente, a mudança na forma de produção com a mecanização das lavouras. Esses foram os temas apresentados pelo diretor executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), Eduardo Leão, e a coordenadora de Sustentabilidade, Renata Camargo, durante painel na Bonsucro Global Week, realizada em Ribeirão Preto (SP).
A adesão voluntária de usinas e produtores de cana-de-açúcar ao protocolo representou a antecipação em 7 anos do fim do uso do fogo como método pré-colheita. “Saímos de um cenário com fogo para outro completamente diferente, mudando o nosso perfil de produção. E o sucesso do protocolo podemos ver nos números alcançados nos últimos 15 anos. Reduzimos a emissão de poluentes e outros gases, pois não há queima, além de investirmos em projetos de proteção ou recomposição de mais de 250 mil hectares de mata ciliar com o cultivo de mais de 50 milhões de mudas de vegetação nativa”, destacou a coordenadora de Sustentabilidade da Unica, Renata Camargo.
Mudar a forma de produção também trouxe como desafio a necessidade de requalificação e treinamento dos cortadores de cana. Para reduzir o impacto social dessa mudança, o setor em parceria com representantes dos trabalhadores desenvolveu o projeto #RenovAção. “A mecanização das lavouras representou uma revolução na forma de se trabalhar no setor. Precisamos qualificar profissionais para operar as colhedoras, mecânicos, eletricistas, mas também oferecemos, de acordo com a demanda de cada região, a oportunidade para que eles e a comunidade desenvolvessem novas habilidades para trabalho fora do setor. Ao final, mais de 200 mil pessoas foram beneficiadas pelo projeto”, explicou o diretor executivo, Eduardo Leão.
Esse trabalho de requalificação representou uma melhora significativa na qualidade do trabalho, em média, o ganho salarial foi superior a 60%, mais de 80% dos trabalhadores foram realocados nas usinas. “Isso foi possível com o engajamento da cadeia produtiva e dos trabalhadores, uma ação conjunta que amplifica os resultados positivos do Protocolo Agroambiental”, ressaltou Leão.
Além dos representantes da Unica, participaram também do painel, que abordou as transformações pelas quais o setor passou nos últimos anos, a superintendente adjunta de Biocombustíveis e Qualidade de Produtos da ANP, Danielle Machado S. Conde, o diretor executivo do Fórum Nacional Sucroenergético, Roberto Hollanda Filho, e o vice-presidente da Orplana, Bruno Rangel Geraldo Martins.
Para conhecer um pouco mais como o processo de mecanização das lavouras transformou a forma de produção assista no nosso canal no Youtube uma série de 3 vídeos sobre o tema!