A soja convencional brasileira é transformada em ração e alimenta animais que estão na mesa de milhares de europeus. O continente é o principal mercado de soja não-geneticamente modificada, pois seus habitantes exigem que os alimentos sejam altamente sustentáveis. Neste sentido, a troca de informações que reflitam a real demanda externa dos produtos oriundos da soja não-transgênica é relevante para ambos os lados, conseguindo desta forma melhor estabilidade do mercado.
A agricultura brasileira é sustentável e, especificamente a soja convencional, segue os critérios da legislação brasileira e também dos clientes internacionais. Entretanto, para melhorar a comunicação da forma de produzir no Brasil, o Instituto Soja Livre se reuniu nesta sexta (14) com Michael Suedbeck, membro do Conselho da Associação Alemã do Setor de Produção e Varejo de Alimentos Não-Transgênicos (VLOG).
“Queremos consolidar o canal de comunicação entre Brasil e Europa com informações precisas e desfazer alguns enganos propagados no exterior”, diz César Borges, presidente do Instituto Soja Livre. Já segundo o diretor de Relações Internacionais do ISL, Endrigo Dalcin: “os agricultores brasileiros produzem com sustentabilidade e queremos estreitar a cooperação entre estes dois elos”.
Michael Suedback explica que a VLOG é a entidade responsável pela rotulagem dos alimentos que são produzidos livres de transgenia na Alemanha. São selos para alimentos humanos e ração animal.
“É importante que o Brasil esteja presente na Europa, como em eventos que estamos programando, para desfazer informações errôneas que são despejadas na população em geral. E também para a cadeia produtiva que está na Alemanha, desde o produtor de ração até o consumidor final, passando pelos frigoríficos, abatedouros e supermercados”, explica Suedback.
O consultor Fernando Naufall avalia como positiva a aproximação entre as associações brasileira Instituto Soja Livre e a alemã VLOG. “Saímos otimistas pela rica troca de informações e para uma série de reuniões e eventos que levarão a um caminho aberto para os agricultores brasileiros”, diz.
Já Johnny Drescher, consultor que mora na Europa há mais de uma década, esclarece que não há mais cadeia que não tenha rastreabilidade e, por isso, é tão importante a informação correta sobre o mercado brasileiro de soja não-transgênica.
Ainda participaram da reunião o presidente da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Ricardo Arioli, o pesquisador da Embrapa e diretor técnico do ISL, dr. Odilon Lemos, o pesquisador da Embrapa Soja, dr. Alvadi Balbinot, e o gerente executivo do ISL, Eduardo Vaz.
Foto capa: Rayflex