A produção de açúcar no Centro-Sul do Brasil deve totalizar 2,94 milhões de toneladas na primeira quinzena de setembro, refletindo um aumento de 15,1% no ano, uma pesquisa da S&P Global Commodity Insights com 14 analistas mostrou em 22 de setembro.
Durante o levantamento, a estimativa de moagem de cana para 1º de setembro variou de 35,9 milhões de toneladas a 43,5 milhões de toneladas. A estimativa média era de uma moagem total de cana de 41,0 milhões de toneladas, alta de 6,5% no ano.
“A produção de açúcar deve ser maior do que no ano passado no período de duas semanas devido ao maior esmagamento, ATR e mix de açúcar”, disse Luciana Torrezan, chefe de análise de açúcar da S&P Global Commodity Insights. “A diferença entre a produção cumulativa atual e a produção cumulativa anterior deve estar diminuindo.”
A proporção de cana utilizada para a produção de açúcar deverá ser de 47,86%, acima dos 44,86% do ano anterior. Os produtores brasileiros aproveitaram o alto preço do etanol durante os estágios iniciais da safra, mas as usinas transferiram mais de sua moagem de cana para a produção de açúcar no período restante da safra para aproveitar o prêmio do açúcar sobre a produção de etanol.
A Platts avaliou etanol hidratado em usina de Ribeirão Preto (SP) convertido em açúcar bruto equivalente a 14,18 centavos/lb em 21 de setembro. A Platts faz parte da S&P Global.
O contrato futuro de açúcar de outubro NY11 fechou em 18,22 centavos/lb em 21 de setembro, refletindo um prêmio de 4,04 centavos/lb sobre o preço do etanol hidratado expresso em açúcar bruto equivalente a CBIOs.
O prêmio do açúcar para a produção de etanol se aproximaria de 3,44 centavos/lb se os créditos de descarbonização fossem adicionados ao cálculo do prêmio. O CBIO, equivalente a 1 mt de CO2 não lançado na atmosfera, é um instrumento emitido pelos produtores e importadores de biocombustíveis para garantir que o Brasil atinja suas metas de descarbonização.
O açúcar recuperável por tonelada de cana-de-açúcar, ou ATR, deverá ser de 157,31 kg/mt, um aumento de 1,4% em relação ao ano anterior.
A produção total de etanol deverá ser de 2,13 bilhões de litros, alta de 2,7% no ano. A expectativa de produção de etanol hidratado era de 1,26 bilhão de litros, segundo a média das respostas dos analistas à pesquisa. Isso representaria um aumento de 6,0% no ano. A produção de etanol anidro na primeira quinzena de setembro era de 867 milhões de litros, queda de 1,8% no ano, segundo o levantamento.