Milho: especialistas apontam propriedades do alimento, que é estrela das festas juninas

Presente em grande parte das comidas típicas dessa época, o cereal é o mais cultivado do mundo, além de ser rico em propriedades que fazem bem à saúde

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"Hoje tem festa junina? Tem sim, senhor"! Quando chega o mês de junho, não tem como não lembrar dos arraiais, da comida típica, da dança, das bandeirinhas e da camisa quadriculada. As festas juninas são uma tradição cultural em praticamente todas as regiões do Brasil e têm, em comum, um alimento protagonista: o milho, presente em diversos pratos como a pamonha, a canjica, a pipoca e tantas outras delícias dessa época.

As evidências científicas apontam que o cereal começou a ser cultivado entre 7500 e 12000 anos atrás, na região onde hoje está localizado o México. Com o passar dos anos, o alimento foi trazido para a América do Sul, onde foi descoberto pelos europeus a partir da colonização do continente, se espalhando pelo globo terrestre.

Atualmente, o milho é produzido em diversas regiões do planeta. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial, com 64 milhões de toneladas anuais, atrás apenas dos Estados Unidos (em 1º, com 384 milhões de toneladas) e da China (em segundo, com 231 milhões de toneladas). O milho é uma commodity, ou seja, uma matéria prima usada pela indústria para criação de diversos produtos industrializados, como ração para animais, xaropes e álcool.

O professor João Miguel Ruas, do curso de Agronomia da Unopar, esclarece que o crescimento e o desenvolvimento do milho se dividem entre vegetativo e reprodutivo. Na fase vegetativa, ocorre a formação do colar onde a bainha da folha se une aos colmos. Na reprodução acontece a formação e o desenvolvimento da espiga.

"Antes do plantio do milho é preciso analisar a radiação solar, tipo de solo, temperatura etc. Para germinar, pendoar e dar início ao espigamento a planta necessita entre 500 e 800mm de água diariamente para transportar e absorver nutrientes. Altas temperaturas faz com que os grãos encham durante a fase vegetativa", explica Ruas.

"Apesar de ser esquecido durante outros meses do ano e só em junho ser mais lembrado, o milho é rico em nutrientes e deveria estar mais presente na dieta do brasileiro. Além de ser saboroso e muito versátil na cozinha, tem valor acessível", explica Carla Jadão, professora do curso de Nutrição da Unopar.

O alimento é rico em carboidratos, proteínas, vitaminas do complexo B, além de ferro, fósforo, potássio e zinco. A seguir, Jadão lista alguns dos muitos benefícios do milho para a saúde.

Rico em nutrientes: contém vitaminas A, B1 (responsável pela quebra de gorduras, colaborando para o metabolismo, além de ser importante para o desenvolvimento do sistema nervoso), C, e magnésio.

Rico em carotenoide: substância responsável pelo pigmento amarelado do milho, é muito importante para a alimentação humana, atuando diretamente na respiração celular, podendo atuar como antioxidante no organismo.

Rico em luteína e zeaxantina: duas substâncias presentes em vegetais, auxiliam na proteção da visão humana contra os raios ultravioletas, prevenindo a degeneração ocular e até a catarata.

Rico em fibras: por sofrer menos processos de refino (o que acontece com outros cereais como o arroz e o trigo), o milho conserva propriedades, principalmente na casca, sendo rico em fibras, o que ajuda o bom funcionamento do trato intestinal. Além disso, as fibras também ajudam a controlar os níveis de açúcar no sangue e o colesterol.

Fonte de energia: por possuir carboidratos complexos, ajuda na produção de energia para o organismo.

A especialista pontua que usado em uma alimentação equilibrada, o milho é um grande aliado, mas é preciso moderação. "É indicado ingerir o milho in natura, cozido ou assado. Nas formas industrializadas, como em farinhas, fubá e flocão, é indicado consumo moderado, pois passam por processos químicos na indústria", finaliza Jadão.

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