Uma missão do setor privado indiano, formada por
representantes da Associação Indiana das Usinas de Açúcar (Isma) e da
Associação dos Fabricantes dos Automóveis Indianos (Siam) estão no Brasil,
nesta semana, para conhecer in loco o processo de produção do etanol e
tecnologias automotivas nacionais, como os carros flex fuel e híbridos.
A comitiva será acompanhada por integrantes da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) que, junto com a Apex-Brasil, vem promovendo uma agenda comum de diálogo para promover o etanol em diversos países do mundo. O roteiro inclui visitas a usinas e fábricas automotivas, ao Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e à Apla (Arranjo Produtivo Local do Álcool), em Piracicaba-SP, e ao porto de Santos-SP.
“Mais do que um parceiro estratégico do Brasil, a Índia tem todas as condições de se tornar um importante player na Ásia na agenda de descarbonização, uma vez que o etanol contribui para a redução de emissões de gases de efeito estufa”, afirma o presidente da Unica, Evandro Gussi.
A missão também marca o início da implementação das ações previstas no memorando de entendimento firmado em abril entre a Unica e a Siam. A parceria prevê a construção de uma agenda integrada para redução de emissões na matriz de transporte veicular na Índia, entre elas a criação do Centro Virtual de Excelência (CoE), que funcionará como um hub sobre avanços tecnológicos, normas técnicas, regulamentos, políticas públicas e sustentabilidade relacionados à bioenergia.
O diretor-geral da Siam, Rajesh Menon, disse que o memorando de entendimento abrirá o caminho para aprofundar a colaboração não só entre as duas organizações, mas também dará apoio e complementará os esforços dos governos na promoção da bioenergia, biocombustíveis e outros combustíveis de base biológica para a mobilidade com baixo teor de carbono na Índia e no Brasil.
Cooperação
Com a experiência de quase 50 anos no uso de etanol, a Unica intensificou nos últimos três anos a cooperação com os indianos, ressaltando os benefícios ambientais e socioeconômicos da produção e uso de etanol como fonte de energia renovável para a mobilidade sustentável. Com essa troca de experiência, a Índia tem avançado rapidamente no programa Etanol, que oferece uma alternativa de diversificação de mercado aos quase 50 milhões de produtores de cana do país, que atualmente dependem principalmente da produção de açúcar.
Em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, anunciou que o país atingiu a meta de 10% de mistura de etanol na gasolina, cinco meses antes do seu prazo, que termina em novembro de 2022. Para se ter ideia da dimensão desse anúncio, até 2014 a mistura de etanol era de apenas 1,5%. Narendra Modi também reafirmou o compromisso de dobrar esse percentual até 2025, antecipando em cinco anos a meta de 20% de mistura.
No segundo semestre de 2022, a Índia iniciará a produção de carros com motores flex fuel, tecnologia brasileira que permite a utilização de 100% de etanol nos veículos, ou a mistura de qualquer percentual do biocombustível com o seu equivalente fóssil. No Brasil, desde que a tecnologia foi introduzida no país, em 2003, o uso do etanol evitou a emissão de mais de 600 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera.
Projeto
A Apex-Brasil e a Unica tornaram pública em fevereiro de 2008 uma estratégia para promover a imagem dos produtos sucroenergéticos no exterior, em especial do etanol brasileiro como uma energia limpa e renovável. As duas entidades assinaram um convênio que prevê investimentos compartilhados. O projeto pretende influenciar o processo de construção de imagem do etanol e demais derivados da cana-de-açúcar junto aos principais formadores de opinião mundial – governos e meios de comunicação, bem como empresas de trading, potenciais investidores e importadores, ONGs e consumidores.
Fonte Unica
Foto divulgação CBIE