Inflação continua desacelerando em maio e fica em 0,47%, diz IBGE

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em maio.

Inflação continua desacelera

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio foi de 0,47%, 0,59 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 1,06%, de abril. No ano, o IPCA acumula alta de 4,78% e, nos últimos 12 meses, de 11,73%, abaixo dos 12,13% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2021, a variação havia sido de 0,83%.

 

PeríodoTaxa
Maio de 20220,47%
Abril de 20221,06%
Maio de 20220,83%
Acumulado no ano4,78%
Acumulado nos últimos 12 meses11,73%

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em maio. A maior variação veio do grupo Vestuário, com alta de 2,11% e 0,09 p.p. de contribuição. Já o maior impacto (0,30 p.p.) veio dos Transportes (1,34%), que desaceleraram em relação ao mês anterior (1,91%). Alimentos e bebidas também desaceleraram, registrando 0,48% em maio, frente à alta de 2,06% em abril. O único grupo a apresentar queda foi Habitação (-1,70%), contribuindo com um impacto de -0,26 p.p. no índice do mês. Os demais grupos ficaram entre o 0,04% de Educação e o 1,01% de Saúde e cuidados pessoais.

 

GrupoVariação (%)Impacto (p.p.)
AbrilMaioAbrilMaio
Índice Geral1,060,471,060,47
Alimentação e bebidas2,060,480,430,10
Habitação-1,14-1,70-0,18-0,26
Artigos de residência1,530,660,060,03
Vestuário1,262,110,060,09
Transportes1,911,340,420,30
Saúde e cuidados pessoais1,771,010,220,12
Despesas pessoais0,480,520,050,05
Educação0,060,040,000,00
Comunicação0,080,720,000,04
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços

O resultado do grupo Vestuário (2,11%) foi influenciado principalmente pela alta nos preços das roupas masculinas (2,65%), das roupas femininas (2,18%) e das roupas infantis (2,14%). O item calçados e acessórios (2,06%) também registrou variação superior a 2% em maio. A exceção no grupo foram as joias e bijuterias, cujos preços recuaram 0,34%.

 

No grupo Transportes (1,34%), a maior contribuição veio das passagens aéreas (18,33%), que já haviam subido em abril (9,48%). Foi o maior impacto individual sobre o índice do mês (0,08 p.p.), juntamente com os produtos farmacêuticos (2,51%), que fazem parte do grupo Saúde e cuidados pessoais (1,01%). Os combustíveis (1,00%) desaceleraram em relação ao mês anterior (3,20%), devido à gasolina, que passou de 2,48% em abril para 0,92% em maio. Houve ainda queda no preço do etanol (-0,43%), que, em abril, havia subido 8,44%.

 

Ainda em Transportes, cabe destacar as variações positivas dos subitens ônibus urbano (0,06%) e táxi (0,72%). A primeira é consequência do reajuste de 12,5% no preço das passagens em Aracaju (5,75%), vigente desde 15 de maio. A segunda decorre dos reajustes de 41,51% nas tarifas em São Paulo (1,99%), em vigor desde 2 de abril, e de 14,10% em Fortaleza (5,20%), aplicado a partir de 12 de abril.

 

Houve ainda reajustes nos ônibus intermunicipais (1,19%) em três áreas: Belo Horizonte (6,88%): reajustes de até 17% nas passagens, desde 16 de maio; Aracaju (6,25%): reajustes de até 12,5% nas passagens, desde 15 de maio; Porto Alegre (5,39%): reajuste de 7,33% nas passagens, desde 14 de abril.

 

A desaceleração do grupo Alimentação e bebidas (0,48%) deve-se à alimentação no domicílio, que passou de 2,59% em abril para 0,43% em maio. Verificou-se queda nos preços de alguns itens que haviam pressionado o índice no mês anterior, como tomate (-23,72%) e batata-inglesa (-3,94%). Houve recuo também nos preços da cenoura (-24,07%), embora a variação acumulada desse alimento em 12 meses ainda seja de 116,37%. O maior impacto positivo dentro do grupo (0,04 p.p.) veio do leite longa vida (4,65%), que já acumula 28,03% de variação no ano. Cabe mencionar ainda a alta de 21,36% nos preços da cebola, maior variação positiva do IPCA no mês de maio.

 

O resultado da alimentação fora do domicílio (0,61%) ficou muito próximo ao de abril (0,62%). O lanche passou de 0,98% para 1,08% e a refeição foi de 0,42% para 0,41%.

 

A queda do grupo Habitação (-1,70%) deve-se, sobretudo, à energia elétrica (-7,95%), que recuou pelo segundo mês seguido. Em 16 de abril, cessou a cobrança extra de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos, no contexto da bandeira Escassez Hídrica. Desde então, passou a vigorar a bandeira verde, sem cobrança adicional na conta de luz. As variações de energia elétrica nas áreas foram desde -13,49% em Brasília (onde houve redução de PIS/COFINS) até 6,97% em Fortaleza, por conta do reajuste de 24,23% nas tarifas residenciais, a partir de 22 de abril.

 

Também foram registrados reajustes tarifários nas contas de energia elétrica das seguintes regiões: Recife (3,27%): reajuste de 18,77%, em vigor desde 29 de abril; Salvador (2,56%): reajuste de 20,97%, vigente desde 22 de abril; Aracaju (0,79%): reajuste de 16,81%, a partir de 22 de abril; e Campo Grande (-1,63%): reajuste de 17,14%, a partir de 16 de abril.

 

Ainda em Habitação, destaca-se o recuo nos preços do gás de botijão (-1,02%), após a alta de 3,32% em abril. No lado das altas, a variação positiva da taxa de água e esgoto (2,73%) reflete os reajustes de 12,89% em São Paulo (8,29%), vigente desde 10 de maio, e de 4,99% em Curitiba (1,97%), desde 17 de maio. Já a alta do gás encanado (2,23%) ocorreu devido a dois reajustes: de 5,95%, no Rio de Janeiro (com variação no índice de 5,74%), em 1º de maio; e de 9,16%, em Curitiba (variação de 3,27%), em 18 de maio.

 

No grupo Saúde e cuidados pessoais (1,01%), o resultado foi influenciado pela alta dos produtos farmacêuticos (2,51%), maior impacto individual positivo no índice de maio (0,08 p.p.) juntamente com as passagens aéreas, conforme já mencionado. Os planos de saúde, por sua vez, seguem em queda (-0,69%). O reajuste de 15,5% aprovado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no dia 26 de maio será incorporado a partir do IPCA-15 de junho, seguindo a metodologia empregada nos anos anteriores.

 

Apenas Vitória (-0,08%) teve variação negativa em maio, principalmente devido às quedas nos preços da energia elétrica (-10,48%) e do tomate (-39,93%). Já a maior alta foi em Fortaleza (1,41%), puxada por energia elétrica (6,97%) e gasolina (2,19%).

 

RegiãoPeso Regional (%)Variação (%)Variação Acumulada (%)
AbrilMaioAno12 meses
Fortaleza3,230,981,415,6911,89
Salvador5,990,671,295,2912,98
Aracaju1,031,360,745,8212,12
Rio de Janeiro9,431,390,565,6611,60
Recife3,921,120,554,6712,01
Porto Alegre8,611,130,473,1410,79
Curitiba8,090,850,385,4914,19
Goiânia4,170,810,375,0212,39
Belém3,941,210,364,759,52
São Paulo32,281,060,354,6311,58
Brasília4,061,210,314,4310,85
São Luís1,621,030,285,3511,97
Belo Horizonte9,691,060,274,7110,93
Campo Grande1,571,210,274,9812,07
Rio Branco0,510,900,214,3311,33
Vitória1,860,83-0,083,7311,53
Brasil100,001,060,474,7811,73
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC teve alta de 0,45% em maio, abaixo do registrado no mês anterior (1,04%). No ano, o INPC acumula alta de 4,96% e, nos últimos 12 meses, de 11,90%, abaixo dos 12,47% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2021, a taxa foi de 0,96%.

 

Os produtos alimentícios desaceleraram de 2,26% em abril para 0,63% em maio. Os não alimentícios passaram de 0,66% para 0,39%.

 

Quanto aos índices regionais, 14 das 16 áreas tiveram alta em maio. O maior resultado ocorreu em Fortaleza (1,39%), consequência das altas de 6,42% da energia elétrica e de 2,19% da gasolina. A menor variação foi observada em Vitória (-0,20%), influenciada pelas quedas de 10,60% na conta de energia elétrica e de 39,93% nos preços do tomate.

 

RegiãoPeso Regional (%)Variação (%)Variação Acumulada (%)
AbrilMaioAno12 meses
Fortaleza5,161,031,395,7112,03
Salvador7,920,841,325,7413,62
Aracaju1,291,330,806,0011,97
Recife5,601,140,554,9711,92
Rio de Janeiro9,381,450,505,6711,83
Belém6,951,100,414,789,36
São Luís3,471,110,365,4711,69
Porto Alegre7,151,080,333,0210,73
São Paulo24,600,980,304,8712,16
Goiânia4,430,650,304,9712,23
Curitiba7,370,920,255,4014,28
Campo Grande1,731,370,175,3312,35
Rio Branco0,721,110,144,5810,99
Belo Horizonte10,351,040,144,7811,01
Brasília1,971,25-0,014,3811,06
Vitória1,910,72-0,203,5111,36
Brasil100,001,040,454,9611,90
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 30 de abril a 27 de maio de 2022 (referência) com os preços vigentes no período de 31 de março a 29 de abril de 2022 (base).


Fonte IBGE

Foto Marcello Casal Jr AG Brasil

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