O Boletim 452/2022 do Projeto SIGA/MS referente a primeira
semana de abril confirma o fim da colheita da soja em todas as lavouras de Mato
Grosso do Sul. Os números totais da safra, entretanto, só serão divulgados no
fim do mês, segundo o presidente da Aprosoja (Associação dos Produtores de
Soja), André Dobashi. “Os técnicos foram a campo para fazer nova avaliação,
auditar os dados e com isso teremos o fechamento do total colhido para divulgar
dia 26 de abril”, afirmou.
O projeto SIGA/MS (Sistema de Informação Geográfica do
Agronegócio) é coordenado pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente,
Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) em conjunto com a
Aprosoja/MS (Associação de Produtores de Soja de MS) e Famasul (Federação de
Agricultura).
A estimativa da área plantada com soja continua sendo de
3,776 milhões de hectares, com aumento de 7% se comparada a área da safra
2020/2021, que foi de 3,529 milhões de hectares. A produtividade esperada foi
revisada para 50,60 sacas por hectare, gerando uma expectativa de produção de
11,464 milhões de toneladas. “Tivemos perdas acima de 60% em algumas lavouras,
outras nem foi possível colher. O cenário de estiagem nos meses de dezembro,
janeiro e fevereiro prejudicou muito as lavouras de soja”, afirma Dobashi.
O secretário da Semagro, Jaime Verruck, pontua que pode ter
havido uma perda de 2 milhões de toneladas na produção da soja devido à
estiagem, que embora não tenha sido uniforme em todo o Estado, afetou
severamente regiões que concentram grandes lavouras, como Sul e Sudoeste. “A
expectativa, agora, é com relação ao milho. Por enquanto está chovendo bastante
e tem previsão de que as chuvas fiquem também abaixo da média nos próximos três
meses, o que não é bom para o desenvolvimento da planta”.
Ao mesmo tempo em que constataram o fim da colheita da soja,
os técnicos também registram o término do plantio do milho, com área estimada
em 1,992 milhão de hectares para esse ano. Isso representa uma retração de
12,6% em relação a área ocupada pelo milho na safra passada (2,28 milhões/ha).
A produtividade estimada é de 78,13 sacas por hectares, gerando uma expectativa
de produção de 9,34 milhões de toneladas.
Chuvas
Conforme dados do CEMTEC/MS (Centro de Monitoramento do
Tempo e do Clima), no mês de março as chuvas ficaram acima da média histórica
em grande parte dos municípios, com acumulados que variam entre 120 a 240
milímetros. Na região Norte - Camapuã, São Gabriel do Oeste as chuvas foram
abaixo da climatologia.
Para o trimestre de abril, maio e junho a previsão é de que
as chuvas variem entre 200 a 300 milímetros em grande parte do Estado. Já nas
regiões Nordeste (como Paranaíba) e Noroeste (Corumbá) os acumulados devem
girar entre 100 a 200 milímetros, enquanto no extremo sul da região Sul (Mundo
Novo, Iguatemi, Itaquiraí), entre 300 a 400 milímetros. A previsão mostra uma
tendência de que as chuvas ficarão entre 40 a 50% abaixo da média
climatológica.
João Prestes, Semagro
Foto: Arquivo