Programa LabAgroMinas visa incentivar a adoção de novas
tecnologias que reduzam as emissões de gases de efeito estufa
O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e a
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), representada pela
Embrapa Cerrados, lançam, nesta terça-feira (12/4) o LabAgroMinas, um programa
de fomento a práticas de agricultura sustentável e climaticamente inteligente
em Minas Gerais. O objetivo é incentivar a adoção, pelos produtores rurais do
estado, de novas tecnologias que reduzam as emissões de gases de efeito estufa,
promovam a regeneração do solo e garantam alto desempenho das culturas, em
termos de qualidade e produtividade.
Por meio do LabAgroMinas, produtores que queiram aplicar
soluções mais sustentáveis em suas propriedades poderão contar com assistência
técnica capacitada pela Embrapa. Por sua vez, o BDMG está em processo de
elaboração de soluções de crédito para serem oferecidas em parceria com
cooperativas de crédito locais. O programa terá duração inicialmente prevista
de cinco anos, sendo que os dois primeiros serão financiados com recursos da
União Europeia, por meio de um repasse de 200 mil euros em parceria com a
LAIF/Agência Francesa de Desenvolvimento.
“Como instituição comprometida com o desenvolvimento
sustentável, o BDMG busca, com o LabAgroMinas, incentivar a adoção de
tecnologias inovadoras para o produtor rural, gerando aumento da produtividade
e fortalecendo as cadeias locais de fornecimento de insumos. Para isso,
queremos expandir nossa atuação em linhas de crédito que possam contribuir para
o desenvolvimento territorial sustentável, em linha com as diretrizes do
Governo de Minas, de buscar a redução contínua das emissões de gases de efeito
estufa no estado. Neste programa, vamos contar com a expertise da Embrapa em pesquisa
no setor e com o conhecimento das condições específicas das principais culturas
agrícolas mineiras”, afirma Marcelo Bomfim, presidente do BDMG.
As tecnologias que serão fomentadas pelo LabAgroMinas
estarão alinhadas ao Programa ABC + (“Plano Setorial de Adaptação e Baixa
Emissão de Carbono na Agropecuária”, do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento), incluindo soluções adaptadas e otimizadas às condições de solo
e clima territorialmente, bem como sistemas intensivos e/ou integrados de produção,
como por exemplo a integração lavoura e pecuária (ILP) e a integração lavoura,
pecuária e floresta (ILPF).
Regiões selecionadas
Nesta primeira fase, Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e
Noroeste de Minas foram as regiões escolhidas para receberem o LabAgroMinas.
Serão selecionados 18 projetos em fazendas de grãos de médio e grande portes
(acima de 500 hectares). “Lavouras de soja, milho e feijão são muito
representativas, pois respondem por cerca de 64% da produção agrícola mineira,
e essas regiões concentram cerca de 90% da produção de grãos do estado. Além
disso, são culturas anuais, ciclos curtos, o que possibilita a obtenção de
resultados mais rapidamente do que seria com culturas perenes, como por exemplo
o café”, detalha o chefe-geral da Embrapa Cerrados, Sebastião Pedro da Silva
Neto.
Segundo o coordenador de suporte à inovação da Embrapa Cerrados, Chang Wilches, para o início do programa, a Embrapa fará a capacitação de 60 profissionais de assistência técnica (ATER), instalará Unidades Experimentais de Agroinovação (UEAs) em propriedades rurais e promoverá e debaterá os resultados técnicos junto aos produtores e ATER. Em maio, será realizado o primeiro evento de imersão do programa, congregando produtores selecionados de grãos para essa primeira fase das três regiões em Paracatu, no Noroeste de Minas. Em 2024, serão iniciados os trabalhos com a cultura do café. Além disso, o LabAgroMinas será implementado em sinergia com outras iniciativas mediadas pela Embrapa Cerrados, com participação intensiva da VLI S/A, APROSOJA e o Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS).
Foto aérea CPAC