Nos últimos tempos o Sistema Especial de Liquidação e de
Custódia, mas conhecido como Selic, tem sido assunto frequente na mídia. Mas,
muitas vezes nem imaginamos como o sistema administrado pelo Banco Central do
Brasil (BCB), em que são negociados títulos públicos federais, pode (e tem)
impactado diretamente no dia a dia da população, principalmente sobre
empréstimos, financiamentos de imóveis, veículos, equipamentos e projetos.
Quando a taxa Selic sobe, teoricamente os juros cobrados nos
financiamentos e o valor dos empréstimos ficam mais altos, e isso desestimula o
consumo, o que favorece a queda da inflação. Quando a Selic cai, há um cenário
favorável para se tomar dinheiro emprestado, uma vez que os juros cobrados nas operações
ficam mais baratos, e isso favorece o consumo.
Vale ressaltar que neste momento o brasileiro está sentindo
na pele um movimento contrário, ou seja, a alta da inflação, mesmo com a Selic
em movimento de alta. “O BCB faz essa manobra com o intuito de frear a alta da
inflação, mas isso não está ocorrendo na prática devido alguns fatores, entre
eles: alta do preço das commodities, como os combustíveis derivados de
petróleo, desvalorização cambial e, mais recentemente, a crise dos
fertilizantes em decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia”, acrescenta John
Alex Kalef, administrador e diretor executivo da AgroPermuta, fintech agrícola
que oferece soluções inovadoras de financiamento como uma alternativa aos
bancos.
Segundo o administrador, há ainda questões importantes que
precisam ser levadas em conta, como por exemplo as próximas eleições
presidenciais. “Pode ser que medidas tipicamente eleitoreiras compliquem ainda
mais o cenário macroeconômico em um futuro próximo, deixando as decisões
importantes para o próximo presidente; o momento realmente hoje é de incerteza.
Com relação ao comportamento da taxa de
juros, temos uma grande expectativa por parte da população agrícola que está
esperando para ver como será o plano safra. Por todas essas questões é possível
que a Selic passe dos 12%, a depender do comportamento da inflação”, diz
Voltando um pouco a um passado não tão distante, entre
2008/2009, a Selic era de 14% a.a, e mesmo assim o País cresceu, se fortaleceu,
porque a economia brasileira ficou resiliente, ou seja, buscou alternativas.
Segundo Alex, hoje a questão é semelhante, mas é preciso entender que quando a
Selic foi descendo, as pessoas foram se acostumando em achar que o governo era
benevolente e que o País estava crescendo. Quando veio a pandemia tudo mudou.
Hoje o mercado para quem faz investimento, seja ele qual
for, está mais consciente de que os juros não vão vir mais baratos, obviamente
há algumas instituições que estão sendo mais agressivas para ganhar carteira.
“Exemplo muito prático é a Caixa, que está usando um artifício que ela tem de
usar os seus recursos de poupança, para poder emprestar isso muito mais barato.
É o risco que estão assumindo”, ressalta o administrador.
Alternativas imediatas
Em momentos como os atuais, de alta, é preciso buscar
alternativas ou dinheiro mais barato no mercado, principalmente para
financiamentos. Uma dessas soluções, que é embasada em planejamento, é o
programa Compra Programada da AgroPermuta. Essa ferramenta consiste em uma
carta de crédito, na qual o produtor planeja o financiamento de projetos
agropecuários, não só de silos e sistemas de armazenagem, mas também usinas
solares, sistemas de irrigação, compra de veículos, máquinas e implementos
agrícolas.
“Hoje, para adquirir um bem, o produtor pega dinheiro mais
caro, nossa proposta é mudar isso. Além de oferecer a menor taxa de juros do
mercado, muito mais atrativa que a Selic por exemplo, queremos propor um
planejamento na compra, ou seja, a construção de uma reserva financeira para
adquirir esse bem”, diz Kalef.
A Compra Programada não é um consórcio, e sim um contrato de
financiamento programado. Sendo assim, não existe sorteio ou lance, ao pagar
50% das prestações do contrato, o produtor poderá utilizar a carta de crédito
no valor integral contratado.
Há também o Conta Programada Financiamento, que foi criado
mais recentemente e pensado justamente para preencher a lacuna do financiamento
comum que todos conhecem. Com a nova modalidade, o produtor cria uma reserva de
30% e já é possível ter acesso à contemplação da carta de crédito. “O que
fizemos foi instituir um produto que se adequa muito mais às realidades dos
vendedores, também à realidade do produtor. Assim, desembolsar uma carta de
crédito 30% é muito mais acessível”, cita.
A proposta da AgroPermuta é fazer com que o produtor entenda
os benefícios que o planejamento traz para ele, um deles obviamente são as
taxas de juros mais baratas. “Com as nossas ferramentas, o agricultor pode
planejar melhor o seu caixa. Agora, ao invés de oferecer meses, estamos
oferecendo safras, por exemplo 12 meses, duas safras, 18 meses, três safras e
daí por diante”, detalha Kalef.
Qualquer produtor de grãos do Brasil, independente da sua
região, pode ter acesso ao crédito AgroPermuta, basta que passe pela análise de
crédito. Graças ao investimento em alta tecnologia essa análise é feita de
maneira simples e descomplicada, e em até 48 horas o cadastro pode estar
pré-aprovado. Após isso, a provação e a formalização (assinatura) são 100%
digitais, e a Agropermuta faz toda a parte de cartório e registro. Os prazos
disponíveis são 12/24/36/48 meses.
Quanto ao pagamento, o produtor vai usar sua safra de grãos
como garantia e não precisará comprometer o seu limite de crédito bancário. O
mesmo será feito por meio de uma CPR Financeira, que pode ter como lastro até
três safras futuras, já que a quitação do investimento será feita em três parcelas
anuais. “Queremos mostrar que o produtor não precisa mais ser refém da
instituição financeira comum, onde existem armadilhas”, finaliza o diretor
executivo.