A área plantada de soja em Mato Grosso do Sul deve atingir um novo recorde na safra 2021/2022, com 3,776 milhões de hectares. Isso significa que a área destinada à cultura será de 7% maior em relação a safra 2020/2021. A produtividade média estimada é de 56,38 sacas/ha e a produção esperada é de 12,773 milhões de toneladas de soja. Os números foram apresentados pela Aprosoja/MS nesta terça-feira (28), no Canal do Boi, durante o lançamento do plantio, em virtude do fim do vazio sanitário.
Para o governador Reinaldo Azambuja, a previsão de redução da produtividade em relação à safra anterior se deve à incerteza climática. “Acho que isso [expectativa de volume menor da produção] é uma segurança principalmente do Siga, do programa da Aprosoja, diante da incerteza climática. Nós não sabemos como esse La Niña vai se desenvolver no período de plantio e de colheita. É muito mais uma segurança. A expansão da área é algo extremamente relevante no Estado. A gente saiu em seis anos de um aumento de área plantada em 76%. O aumento de produtividade nesse período foi de 10 sacas a mais. Isso é a ciência, a tecnologia, as variedades, a fertilização do solo, que mudou muito o perfil da pesquisa, com muito mais segurança ao produtor”, avaliou.
Reinaldo Azambuja também falou dos investimentos na diversificação e integração dos modais logísticos para escoar as produção e atrair investimentos, que vão agregar valor à produção. Porto Murtinho está recebendo terminais portuários; a contratação do consórcio que vai construir a ponte bioceânica foi homologada na sexta-feira (24); medida provisória do presidente Jair Bolsonaro permite o arrendamento e a revitalização da Malha Oeste; e a Ferroeste está na fase final do Evtea (Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental).
“Outros países têm uma logística muito mais competitiva. Qual o grande gargalo nosso? Avançar em uma logística de escoamento das riquezas produzidas e da importação dos insumos porque o custo da produção impacta tanto para você vender os produtos, quanto a importação dos insumos, dos fertilizantes. Fizemos uma grande plataforma de investimentos do Governo do Estado, que são as rodovias novas, pavimentadas, as pontes de concreto, e criamos um grande programa de portos no rio Paraguai”, contou o governador. “É inconcebível pensar que hoje 95% da produção sul-mato-grossense é transportada por caminhões, que não têm a mesma competitividade. O custo é maior”, acrescentou.
Para o secretário Eduardo Riedel (Infraestrutura), são investimentos que conferem competitividade a Mato Grosso do Sul. “O investimento nos três modais dá competitividade ao agronegócio e atrai indústrias que geram valor aos nossos produtos. Recebemos empresários em busca do apoio do Estado e temos essa capacidade de gerar o investimento”, disse.
No último dia 15 de setembro, acabou o período de vazio sanitário da soja no Mato Grosso do Sul e já é permitida a semeadura da soja em todo o território estadual. Estudos da Fundação MS mostram que o setor está investindo cada vez mais em tecnologia para ter maior desempenho no campo. A data-limite de início do cultivo é 31 de dezembro e o prazo para cadastro das áreas que serão direcionadas ao cultivo de soja junto à Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) termina no dia 10 de janeiro de 2022.
O presidente da Aprosoja/MS, André Dobashi, destacou que os resultados obtidos pelos produtores rurais se devem ao uso das tecnologias. “São mais de 10 anos que representam o nível tecnológico e o empenho sustentável do agricultor sul-mato-grossense. Essa área avançou de 1,7 milhão para 3,5 milhões de hectares na última safra, em cima de áreas antropizadas ou substituindo culturas já existentes, como pastagem e cana-de-açúcar”, afirmou.
Conforme o secretário Jaime Verruck (Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), de 2015 até agora o Estado incorporou 1,2 milhão de hectares novos na agricultura, graças ao emprego de tecnologia e políticas públicas que garantem a conversão de áreas com sustentabilidade. “Também temos transformado nossas commodities agregando valor à produção e aumentando a demanda pelos grãos. Prova disso que temos 27,15% da safra comercializada sem nem ter sido plantada”.
Já o presidente da Famasul, Marcelo Bertone, disse que os resultados das colheitas agrícolas em Mato Grosso do Sul se devem à aptidão do Estado, ao uso de tecnologias cada vez mais avançadas e às políticas públicas, como a melhoria e implementação de estradas e pontes, dando competitividade à produção.
Paulo Fernandes, Subcom
Fotos: Chico Ribeiro